31.12.07

Última folha

eis aqui a última anotação desse bloco de 365 páginas
nem todas elas foram preenchidas
assim como nem todas elas foram descritas aqui
mas, todas as páginas foram vividas intensamente

desde o despertar
até a tinta acabar

agora, um bloco novinho em folha para registrar
registrar aqui o que ainda estar por vir
na crista da felicidade viverei
na primeira folha, um sorriso seu desenharei

Feliz 2008 a todos!

30.12.07

Top 10 2007

Bem como em dois mil e seis, resolvi fazer um top 10 para dois mil e sete. E, assim como ano passado, o post que ficou em primeiro lugar surpreendeu-me. Este top 10 é mais um momento de esclarecer alguma postagem que não ficou bem entendida. E... engraçado... olhando mais profundamente acho isso tão narcisista. Quem sabe dois mil e oito eu não faça um top 10 de vários blogs que leio? Bom, no momento vamos à lista:

[ 10º ] Vícios sentimentais
Incluo as outras três partes sobre este post. Dedico aqui a (talvez) última parte sobre o assunto como sintetizando tudo o que escrevi sobre essa neurose que possuímos: desejar.

[ 9º ] Questionamento
Geralmente os loucos já fizeram algum questionamento contido neste post. Mas... o que seria a loucura? Seria a normalidade um conceito e padrões que somos obrigados a obedecer? Seria louco o indivíduo que questionasse todas as camadas, âmbitos, nicho, tribos e denominações sociais do planeta?

[ 8º ] Comfortably Numb
Não posso dizer muito sobre essa postagem. Simplesmente Comfortably Numb é a premonição de uma das maiores verdades que existe em minha vida. Aquelas verdades repetidas quinze vezes.

[ 7º ] O Perigo da Censura Livre
Adoro esse post. De tanto ser bombardeado com uma sutil campanha para a total libertinagem das produções artísticas (teatro, cinema, televisão) questionei sobre o que realmente é desnecessário aos meus olhos e ouvidos. Escrevi no blog que faço parte, o Segredo Social.

[ 6º ] Os grandes hiatos
Bom, enfim o esclarecimento. Hiato é o momento da vida em que passamos por uma lavagem mental. Ficamos sem inspiração. Sem idéias. Sem criatividade. Começamos a buscar coisas novas, idéias novas, inspirações diferentes. Quando voltamos (e se voltamos) mascaramos os nossos velhos ideais com maquilagem diferente. Só isso.

[ 5º ] Frutos da retina
Acho que Frutos da Retina explora o mais secreto de mim mesmo.

[ 4º ] Única
Imagine você parado numa estação de trem. Vendo pessoas embarcarem, desembarcarem, enquanto você espera. Não sabe ao certo a quem espera. Mas está ali. Ansioso. Esperançoso. Paciente. Determinado. Vê inúmeras pessoas diferentes. Até que dentre tantas pessoas você faz a diferença.

[ 3º ] Miopía em águas turvas
É um vômito. As vezes o grito da alma sai tão agudo e sonoro quando vem entalado por dias. Bom... é um texto que fala sobre incompreensão e intolerância. Ah sim, e um pouco de ignorância por quem insiste em negar as lições recebidas.

[ 2º ] Domínio
Essa é uma daquelas postagem que deu certo. Até o presente momento quatro leitores me enviaram suas opiniões. E obtive quatro opiniões diferentes. É a postagem mais subliminar. Mais cheia de mensagens em 2007. Não sabia que um conto meio medieval levasse a interpretações tão distintas. Bom... vamos lá. O post fala sobre relação. Fácil perceber quando digo "Um é o oposto do outro", tanto fisicamente quanto psicologicamente. Fala sobre um casal, extremamente apaixonado que não possuem nada em comum. Mas juntos, são invencíveis... somam forças além do imaginário. Até que um deles (a mulher, no caso) resolve dar atenção aos invejosos de plantão. Rompe a relação, abandonando seu amado. Este, por sua vez, vê-se diante de um dilema: atender os gritos de sua mente ou continuar lutando e vivendo sozinho neste mundo. Mas o fim é trágico. Ele comete suicídio, pois sua consciência falou mais alto. As duas crianças ao final apenas representam a ingenuidade que o ser humano possui quando ainda tem o poder de construir pequenas coisas. Agora, explicado! (:

[ 1º ] Passagem
Eis o primeiro colocado. Não, não é uma postagem da Insaminus. É postagem do blog O Diário de Ester. Esse post, é o post mais carregado de sentimentos, nostalgia e sinceridade emocional. Escrevi numa data especial. Considero um post especial. Fala sobre o tempo. De forma sutil à filha. De forma profunda ao pai. Sempre que leio, fico pensando que poderia escreve-lo de formas diferentes, porém terminando sempre do mesmo jeito.

27.12.07

Domínio

Os guardiões estão sempre atentos para possíveis invasões às terras férteis da parte central do continente. Há somente dois. Um em cada portão da gigantesca cidade. Dias e noites, os divinos protetores vigiavam atentamente cada movimento vindo do horizonte. Não dormiam. Não comiam. Não piscavam. Imóveis como uma estátua. Prontos para entrar em ação se preciso.

A força e o poder desses dois seres era tão escomunal que qualquer um deles poderia explodir a cidade inteira invocando as forças dos seus deuses. Todos os respeitavam. Todos os admiravam. Todos os habitantes davam créditos de confiança às duas criaturas, cada uma em pontos distintos da cidade. Um era o extremo do outro.

Até que um dia, de tanto esperar pelo perigo, um dos guardiões adormeceu. No sétimo minuto de seu cochilo uma flecha, vindo de cavernas próximas, atingiu seu pescoço, perfurando a coluna que sobe para nuca. Morte na hora.

Foi então que a invasão começou. Diversas criaturas das trevas, das cavernas, dos rios, das florestas, do mar e do ar apareceram para finalmente dominar o único trecho de terra que ainda era protegido por seres divinos. A população entrou em pânico e começou a fazer preces ao único guardião que a cidade possuía.

O ser divino, ouvindo as preces, relutou em obedecer. Porém, ergueu a cabeça e decidiu atender o pedido de seu povo. Deslocou-se calmamente para o centro da cidade juntamente com todos os habitantes. Esperou os inimigos passarem os limites das fronteiras, quando então uma enorme bolha de pressão, fogo e destruição formou-se a partir do centro estendendo as partes mais longínquas possíveis.

A vida deixou de existir. A terra tornou-se estéril. O céu escureceu.

"- Crianças! Não brinquem na lama imunda!
- Estamos fazendo um castelo de barro mãe..."

24.12.07

Balança

Imagens no fundo da caverna nos mostram uma falsa realidade. E lá estão elas. As malditas imagens. Fazendo-nos acreditar em padrões, conceitos e verdades duvidosas. O povo cada vez mais fundamental. A elite cada vez mais manipuladora.

Já a libertinagem está do lado de fora. A rebeldia. A anarquia. A resistência. A oposição. Tão cega e tão matriciais que negam as poucas verdades absolutas que movem esse mundo. Paralisam, bloqueiam, regridem e secam as raízes mais profundas dos poucos valores que ainda resistem nessa gigantesca caverna.

Há paradoxo no equilíbrio das coisas. Não há suportes que caibam todas as idealizações do que é verdadeiro e do que é falso. Do que é certo, do que é errado. Há mitos demais. Há ritos demais. Há símbolos demais. Há intolerância. Há padrões. Há o novo velho jeito de se livrar dos seus próprio medos. Sem ser sincero. Sem dizer o que realmente pensa. Sem transparecer a alma. Sem sombra. Sem luz. Sem imagens.

18.12.07

Ambiente Interno

Há mortos e feridos. Mas há paz reinando depois de um longo período de guerra. Não sobrou muito, mas as ruínas servirão como paisagens para belas pinturas. Não há vencedores, mas as lições aprendidas nos tornarão soberanos numa terra de cinzas. Não há histórias pra contar... não há tempo... não há do que se queixar.

Entre os escombros e fuselagens caminho em direção contrário ao vento, não por acaso. O lugar é irreconhecível. Não há nada, não há quase ninguém. Impossível acreditar que nessa terra ainda há de germinar sementes de esperança. Até ouvir risos de crianças, que brincam à luz do sol depois de um longo tempo de recluso.

Aos mortos, pesar...
Aos feridos, cicatrizes...
Às crianças, sementes...

25.11.07

Monge

Esses dias terei que me retirar, ir pra bem longe, sentar, meditar e me ausentar da Insaminus (do Diário de Ester e do Segredo Social) por tempo indeterminado. Ou, melhor, pelo menos até terminar os trabalhos de faculdade, provas, projeto final, tarefas do descolando (www.descolando.com.br) entre outros!

Mas eu volto!
Não careca, mas de espírito renovado!

=)

15.11.07

O 3º pilar

A postagem seria outra, mas estou o dia inteiro abalado com a notícia da morte de um amigo meu de infância. Embora hoje não tivéssemos o mesmo contato quando antes, ainda assim a notícia me foi pego de surpresa e, mais uma vez, minha imaginação começou a viajar perante os ciclos e fases da minha vida.

Incrível como as amizades geralmente ganham solidez entre trios. E em diversas fases/partes da minha vida eu possuí (e possuo) trios fortes de amizade. Esse trio no colégio era Miranda, Slawinski e eu. Hoje, Slawinski não está mais entre nós. Coisa difícil de acreditar, para uma pessoa entupida de vida, amante da natureza, saúde e das artes. Mas a morte sempre vem em tons de cinza.

Acho que não possuo o direito de dizer as causas de sua morte, mas pelo menos posso dizer o quanto isso faz a gente perceber que somos vulneráveis ao inevitável. Só não imaginei acontecer isso tão precocemente a alguém que idolatrava a vida.

Minha imaginação percorreu lugares da infância, adolescência e fase adulta. Nela eu encontrei diversos trios de amizades ao quais eu faço parte de alguns e outros formados por personagens próximos a eu. E, hoje, agora, neste momento, digo: como é difícil aceitar a ausência d’um dos pilares que formava um base sólida do plano que vivemos e cultivamos desde pequeno.

"- Cara, quanto tempo eu não te vejo!
- E tu? Não mudou nada, Miranda! E você menos, Slawinski!
- Nenhum de nós três! Éramos invencíveis!"

12.11.07

Os grandes hiatos

Eu não sei ao certo quanto tempo mais vai durar, mas com certeza esse período de absorção mental é o mais longo que tenho visto. Não só comigo, mas sim também com os amigos de infância. É uma calmaria. Como se o mar estivesse puxando as águas aos poucos para lançar uma forte onda sobre a terra.

Acho que estou fazendo bem o meu papel. Absorvendo coisas novas. Dando uma olhada no antigo e preparando terreno para o novo. Mas... nem sei o que virá. Estou subindo a montanha, vejo imagens, sinto inspirações, algo se aproxima. O que vai acontecer lá em cima? Que vista terei no momento certo?

São hiatos que acontecem em nossas vidas. Nascemos, criamos e morremos... mentalmente. É preciso viver essas fases, lidar com a terrível transição, esvaziar-se aprimorando o olfato para sentir o cheiro do novo.

"Tenho até medo e ansiedade pelo que está por vir... ao mesmo tempo... e se vier!"

7.11.07

Agradecimento

a Deus

à Família

aos Amigos

... a Você!

5.11.07

Mãe de todos os vícios – Parte 2

- Porque "mãe"? Não seria "pai"?
- Não! Ser mãe significa ter vários significados! Mãe que cuida. Que gesta. Que gera. Que procria. Que educa. Que transforma. Que acompanha. Que se preocupa. Que chora. Que se orgulha. É a referência maior.
- Aahmm!


Sim... o desejo é a mãe de todos os vícios sentimentais. Ele que gera, que dá cria, que leva a vida a todos os outros vícios. E, como todo vício, há sempre o desejo de querer mais. E somos quase que obrigados a injetar na veia mais dessa droga. A ponto de perdermos a noção do ridículo, da razão, da (a)normalidade das coisas.

São estímulos. Desejamos injetar. Desejamos cheirar. Desejamos tocar. Desejamos ouvir. Desejamos olhar. Desejamos degustar. Desejamos sentir. Desejamos possuir. Esse instinto. Instinto animal! E não nos contentamos com pouco, queremos sempre mais. E quando temos tudo, quando consumimos tudo, partimos para coisas novas.

Então... acionamos outros vícios. Atacamos com outras armas. Consumimos. Até esgotar. Queremos mais e sempre mais. Como... como um... como um câncer.

- Mãe?
- Sim.
- Porque não nos contentamos com o que temos?
- Não sei, meu filho. A satisfação das pessoas mudam. Não tem fim.
- Hm... e qual é a sua satisfação no momento?
- Bom... é ver você crescer, vencer, ser feliz e passar isso para seus filhos.
- Hm... mas... e uma satisfação sua? Uma satisfação pessoal?
- Estar viva até lá.

30.10.07

Miopia em águas turvas!

"Os peixes não falam. Mas as pessoas falam demais."

É como se algo sempre te puxasse pra trás. Você tenta nadar junto à maré, mas sempre tem uma linha que impede em ser livre.

Já cansei de ficar nadando contra a correnteza. Cansei de bancar o salmão e encarar subir cataratas numa atitude quase suicida. Acho que a única maneira de provar que sou eu mesmo É SER eu mesmo. Não preciso provar mais nada p’ra ninguém. Tem horas que não dá mais p’ra ser bonzinho e nessas horas algumas atitudes mais ríspidas devem ser tomadas.

Parece que o momento é o que importa. Do nada esquecem os valores, as histórias, as origens e as dores. Toma-se a visão instantânea como a grande verdade absoluta. Quem está de fora nunca percebe os detalhes. Tudo é distorcido. Mal julgado. É a Miopia do Ofício!

Que inferno! Parece que não aprendeu nada das lições que a vida, pacientemente, ensinava. Só que dessa vez, vou deixar de absorver as coisas ruins e passar a dar valor aos que realmente querem agregar valores!

"Peixe fisgado pelo anzol, quando se livra, viverá eternamente com a boca cortada!"

24.10.07

Encarando a Felicidade

Ainda em pós reflexão por ter lido o livro A Última Grande Lição: O sentido da vida (Tuesdays with Morrie) de Mitch Albom, me perguntei recentemente o que determina a felicidade de uma pessoa. As dúvidas foram aumentando quando presenciei no Hemorio crianças, carecas, correndo de alegria para o pátio externo do hospital por saberem que finalmente estavam indo para casa. E aumentaram terrivelmente quando folheei o álbum de fotos das obras sociais que minha mãe participa. No álbum continha algumas fotos antigas e outras recentes.

Encaro a felicidade como estado de espírito pleno de paz. E este estado de espírito é mutável, varia pela idade, pela situação e pelo momento. A criança, por exemplo, precisa de amor, educação, alimentação, agasalho, atenção, lazer e sorvete. Mas a felicidade que a criança desenha em sua mente, as vezes, se limita apenas ao lazer e sorvete. Porém os adultos, geralmente os pais e responsáveis, sabem que as demais necessidades são importantes para suas crianças e dão o que precisam.

A idade vai avançando e criamos outras imagens do que é a felicidade. Conforme o entendimento de "noção de mundo" vai se aprimorando, criamos algumas prioridades para atingir-mos o estado pleno. Pessoas são felizes apenas suprindo suas necessidades fisiológicas. Há outras que se contentam em manter a estabilidade profissional. Outros vão mais além, procuram afeições sociais como ser aceito perante a sociedade, ser amado etc. O estado seguinte é a auto-estima, ser reconhecido, ser apreciado e respeitado, ser visto como líder. E por último, a felicidade se faz presente apenas quando o indivíduo atinge o aperfeiçoamento interior. Esses "estágios" são chamados de Hierarquia de Maslow.

A felicidade momentânea é aquela que é disparada por receber uma bela notícia, por ver uma bela imagem, por ouvir uma música, sentir um cheiro. É a felicidade do "fechar dos olhos", ou a "felicidade das lembranças". É muito perceptível quando conversamos com pessoas mais velhas que tem muito a nos dizer. Essa felicidade é frágil, pois ao abrirmos os olhos nos deparamos como mundo real mudando as belas sensações para a mais profunda tristeza, depressão ou saudade. (Seria a saudade uma forma de felicidade nostálgica? Outro questionamento que acabei de levantar!)

Bom. Eu vivo uma felicidade inconsciente. Isso mesmo. As vezes eu encaro as coisas como as mais belas do mundo. E no instante seguinte, algo chacoalha a minha mente como me acordando. Não sei se é o momento de transição que a Tri-Force está sofrendo. Não sei se é porque eu gostaria de ter vivido parte das recordações registradas no álbum de fotos da minha mãe. Não sei se estou banalizando meus conceitos de felicidade. E sutilmente ela apareceu em crianças doentes que gritam de alegria ao irem pro pátio num dia lindo de um sol radiante.

Felicidade... gosto de pensar nisso.

20.10.07

730

Ah, sim.
Esta Insaminus completa dois anos. Juntando com a antiga do Blogger.com.br, somam quase quatro anos. Acho que me orgulho disso. Gosto de escrever e consegui desenvolver muito a escrita, principalmente no ano de 2006.

Para o blog. Bom... se aplica o mesmo que publiquei há exatos 365 dias.

18.10.07

Mãe de todos os vícios – Parte 1

Recentemente falei sobre Vícios Sentimentais aqui na Insaminus, e tenho conversado bastante com amigos meus sobre o tema. Na verdade eu não explicitei a eles o foco do assunto, mas consegui faze-los expor, sem perceberem, as idéias e opiniões sobre os sentimentos que nos movem. E começarei falando sobre a mãe de todos os vícios: o desejo. O estímulo principal que dispara todos as nossas dependências físicas, psíquicas e mentais. Esse vício que nos leva a cometer atos magistrais à hediondos.

Que fique bem claro, antes de tudo, que desejar é natural, é humano, é sadio... e necessário! Através dele que despertamos sentimentos poderosos como a boa ambição, a má ambição, o medo, a inveja, o carinho, a paixão, a sensualidade e o amor. E os nossos desejos fisiológicos também são bem-vindos. É através deles que demonstramos o quanto é importante saciar um desejo.

A mãe de todos os vícios sentimentais é responsável por rabiscar as linhas da vida. Somos empurrados à enxurradas de estímulos, sensações, oportunidades; que nem sempre estamos dispostos a lutar pelo que queremos; mas que muitas das vezes não resistimos a tanta tentação sensorial. Imagens, sons, toques, cheiros, lembranças... tudo isso serve de ferramentas para um vício tão primata que nos acompanha desde os primeiros segundos de vida no ventre de nossas mães.

O desejo desperta o instinto animal. O desejo é pioneiro. É diamante bruto. É primordial. É essencial. É gênesis. Antes de qualquer outro vício sentimental, há o desejo. Seja o paradigma do amor, seja a primazia do orgulho, ou a turbulência do ódio devastador, a avassaladora paixão, o sofrimento da dor e o mais triste dos sentimentos: a saudade.

Com exceção do amor (que dá muito pano p'ra manga) posso dizer que o sentimento como o ódio é o desejo de exterminar um conceito; o orgulho é o desejo de manter íntegro as convicções humanas; a paixão é o desejo de querer mais da pessoa apaixonante; a dor é o desejo de... bem... "toda dor vem do desejo de não sentirmos dor" - Legião Urbana. E a saudade acho que é auto-explicativa, ela é a forma mais clara, mais branda, mais nobre, mas forte da mãe de todos os vícios... esse vício sentimental que nos leva a desejar.

14.10.07

A Transição

Existia uma casa pequena, no alto daquela colina. Num lugar onde chovia constantemente e sempre fazia frio. Os donos da casa recebiam muitas visitas e sempre serviam chá com bolinhos aos convidados. A musicalidade era presente, o amor pairava por sobre a relva diante das árvores, dos rios, dos animais, de todos os habitantes.

A casa foi vendida. Os moradores mudaram. Precisaram sair. Não chovia mais. Não fazia mais frio. Acabou o chá. O forno quebrado não conseguia assar mais bolinhos. Esqueceram as músicas. Cortaram as árvores. Poluíram os rios. Mataram os animais. O amor acabou.

As pessoas esqueceram. Se esqueceram. E fazem questão de esquecer.

Mas existe um lugar onde o tempo não passa. Um lugar que serve de varanda para vida. O elo dos tempos. Lá você pode observar o nascimento do sol num horizonte enquanto contempla o crepúsculo no outro. Um ciclo que se fecha.

Um lugar de transição. Um lugar onde a verdadeira essência não morre.

(texto incompleto... indeciso... sem finalidade... até porque a história não termina por aqui)

2.10.07

Os Autores

Uma criança se aproximou e me perguntou "Moço! O que você tem?". Parei, fiquei olhando p’ro menininho e demorei p'ra responder "Só o médico sabe, pequeno.". E devolveu um "Aahhm!". Tou cansando de ficar falando da minha pessoa. Não preciso despertar interesse da minha vida p'ra ninguém.

Prefiro falar deste menino, de olhos amêndoas, que se preocupou comigo na manhã de quinta-feira do mês de Junho.

Prefiro falar do re-encontro de grandes amigos, que antes estavam doentes e hoje estão de volta curtindo cada momento com os mais próximos.

Prefiro lembrar daquela senhora, que não sei o nome, que TODO SANTO DIA ela percorre a Rua da Matriz, quase meia noite, com monte de sacolas na mão com comida para gatos e cachorros, colocando os potes de ração por baixo dos portões dos terrenos abandonados.

Prefiro reconhecer em como é impressionante a sabedoria que minha mãe possui para tirar essa grande família de situações difíceis.

Prefiro mencionar o valor e a dedicação dos voluntários que trabalham vendendo canetas nas ruas com propósito de arrecadar fundos para instituições carentes.

Eu não conhecia aquele menino...
Mas mesmo assim se despediu dizendo "Você vai sarar, viu?".
E deu tchau.

27.9.07

felicidades

24.9.07

Culpa do Cosmos

Quando algo começa a ser constante, de forma inusitada e, até certo ponto, assustadora, é hora de parar e pensar se não há algo mais forte influenciando a gente.

Eu sei, eu sei... o universo caminha para a total entropia, mas o que tem eu haver com isso? Se o universo está em expansão, problema é dele. Se a lua cheia influencia as águas dos oceanos, ótimo para os peixes. Se as joaninhas das ilhas de Trinidad e Tobago estão tendo problemas pela destruição da fauna e da flora local, pesar.

Ora! Eu não tenho força suficiente para atender a tudo e a todos! Sou egoísta. Sou egocêntrico. Sou vaidoso. Sou forçado a acreditar que até mesmo minhas preocupações são fontes de energias "entrópicas" para tudo!

Só pode ser culpa dele. Do cosmos. Quantos pianos mais eu terei que me desviar andando nas ruas? Quantas cordas amarradas às bigornas terei que tirar do meu pescoço? Se o caminho de toda a existência do universo é a destruição, por que justamente esse planeta prova exatamente o contrário? Por que há vida? Por que há luz? Por que há tanto a se fazer, já que não há sentido em se fazer? Faz sentido?

A vida caminha no lado contrário da entropia. Qual lado pertenço?

16.9.07

Vícios Sentimentais

Recentemente conversei com uma amiga minha sobre os altos e baixos da vida humana. E entramos num assunto bem interessante, sobre vícios sentimentais. Filosofando e dialogando sobre o assunto, chegamos a síntese de que as pessoas parecem ter a necessidade de viverem sobre o efeito de um sentimento, seja ele qual for. Entre eles estão o amor, o ódio, a tristeza, a felicidade, a melancolia e a hipocrisia (questionável a hipocrisia).

Os vícios sentimentais nos influenciam, nos dominam, tem o poder de nos levar do céu ao inferno em questão de segundos. Chega a ser uma dependência química. Somos reféns desta droga poderosa e cruel que impiedosamente nos matam com estúpidas doses homeopáticas. E somos submissos, desejamos consumi-las, estamos sempre atrás de mais e quando temos toda a dose necessária, partimos em busca de novos sentimentos.

Não há vício sentimental benigno ou maligno. Há os mais constantes e os esporádicos. E, muito provavelmente, o mais comum é a carência. É incrível como as pessoas necessitam sentir-se carentes. E a carência é o vício que mais sintomas são percebidos. A carência deixa a pessoa vulnerável, frágil, acaba cometendo loucuras para saciá-las, muda o comportamento, os hábitos, chegando a ser repulsivo as vezes.

Mas, repito, é incrível como as pessoas parecem gostar de sentir-se carentes. Pois ao saciar o desejo, quase que imediatamente buscam estarem sozinhas (o efeito colateral do consumo da droga). E, assim sendo, em poucos momentos o sentimento de carência toma conta de novo de todos os órgãos, vísceras, veias, ossos, músculos e outras partes vivas do infeliz indivíduo.

Esse e outros vícios fazem parte de nossas frágeis camadas humanas. Achei bem interessante o assunto e futuramente falarei mais detalhadamente de cada vício.

O único perigo em ser imune a todo e qualquer tipo de vício sentimental é ser condenado até os últimos dias de sua vida a ser insensível com você mesmo e com o mundo.

9.9.07

Balança

É mais um final de final de semana prolongado. Agora desta vez vindo do feriado de 7 de Setembro. Quando chega essa data sempre me vem à mente a idéia que o ano acabou. Daqui para o Natal é um pulo. Assim como os finais de semana, ultimamente o tempo anda passando rápido demais.

As coisas vão acontecendo tão rapidamente que é quase imperceptível enxergar os detalhes sutis do dia a dia. Como aquele sorriso a mais entre amigos, uma deixa insinuante num final de conversa ou aquele olhar diferente quando vem o silêncio.

As perceptíveis geralmente são acontecimentos ruins. Uns acreditam que guardamos melhor coisas que nos machucam e, conseqüentemente, deixam marcas. É sempre algo de real significancia, que pode acontecer com a gente ou com alguém próximo. Algo que pesa e que dá o equilíbrio do desfrute da vida, na balança das coisas negativas e positivas.

O fato é que nesse ciclo, ou melhor, nesse giro rápido das entidades móveis ao nosso redor, é praticamente impossível não se magnetizar por aquele olhar diferente, como também não se assustar com a fragilidade da nossa própria estrutura física e mental.

No mais, desejo entender melhor o que esse olhar tanto tem a dizer. Como desejo o vigor e a vitalidade de antes. Assinado pela balança natural da vida: Yin Yang.

4.9.07

Decisão e Alívio

Muito tempo atrás, ainda no meu ginásio, minha professora de Língua Portuguesa nos deu um texto para ler. O texto narrava a história de meninos, entre 12 a 14 anos, de um colégio interno religioso, que faziam várias estripulias.

O verão se aproximava e a diretoria precisava limpar a piscina e liberar para uso geral. Como castigo, na véspera da liberação, os pestinhas foram incumbidos a limparem a piscina. Cumpriram o castigo. Mas como vingança, secretamente, quebraram algumas garrafas de vidro transparente e deixaram os cacos no fundo da piscina pois, sendo rasa, feriria qualquer um que se jogasse afoitamente buscando o frescor contra o calor do verão.

Um dos meninos que participou da perversa brincadeira não se conformava com a tamanha crueldade da estripulia. Ainda tentou convencer os demais em não cometer tal barbaridade, porém sofreu ameaças em receber toda culpa sozinho caso comentasse a mais alguém.

A tragédia era eminente. As horas passavam. A noite já estava cedendo lugar para o dia de céu claro que se aproximava. O remorso, a angústia, as dores de estômago e o choro corroíam a alma do rapazinho. Até que pela manhã, este levantou decidido.

Assim como na aula de Língua Portuguesa de tempo atrás, a pergunta que não quer calar é: "qual foi a atitude do rapaz?". O texto foi retirado de um romance, que sempre procurei mas nunca encontrei. Me coloco no lugar desse garoto... amargurado... arrependido... pensando... maquinando no que fazer!

Sabe de uma coisa? Eu me jogaria na piscina.

26.8.07

Mas... quais mudanças!?

Eu tenho notado mudanças. Algumas drásticas outras sutis. Tanto nos costumes, nas manias, nos comportamento e nas idéias. Mudanças em imagens inabaláveis tendo como base as nossas primeiras impressões e edificadas com as sensações do dia-a-dia.

Inabaláveis! Alguns preconceitos caíram por terra, surgiram outros em minha mente (infelizmente). Manias milenares, que me acompanham, foram moldadas, ajustadas ou bruscamente trocadas por outras. Os conceitos de vida, de morte, de amor, de ódio, de glórias e derrotas foram todos postos lado a lado, nesta ordem, ponderados e ratificados. Alguns ganharam peso, outros deixaram de fazer sentido.

Também tenho sentido uma mudança ao meu redor. Tanto nas pessoas próximas, tanto nas rotinas e obrigações do dia a dia, tanto no meu conceito de lazer, de relacionamento, de amizade e de idoneidade moral. Preciso esconder essas sensações de mudança para preservar aquilo que valorizo, aquilo que julgo pertencer à cadeia-existencial do mundo que "decidi acreditar do meu jeito".

As boas coisas são fluidas, acabam rápido, são sutis e percebidas tarde demais. Tenho sido cauteloso em captar aquilo que me quer bem, mesmo fugindo um pouco do meu princípio de naturalidade. Ironicamente, as mudanças estão me levando para aquilo que desconheço, me afastando dos que permanecem calcados em seus conceitos de vida, amor, diversão e profissionalismo. De maneira evidente e... drástica.

Mudanças, sejam elas naturais ou não, me atormentam. Diante disso preocupo-me em trocar a noite pelo dia (quem diria). Mas não seria pedir muito que me fizesse companhia (por um dia), nas margens desse novo mundo que não conhecia. E essa minha velha mania em não mergulhar de cabeça por me preocupar em fazer um estrago maior. Mas até isto vem mudando... sutilmente.

8.8.07

"What do u want, strange man?"

Ela entra pela sala. Se admira com a presença dele. Sem muito o que dizer, ela tenta disfarçar o nervosismo soltando:

- Olá!! Tempos que a gente não se vê!
- Para com isso. Sempre nos falamos por telefone.

Ela balançando a cabeça positivamente, frisa os lábios um no outro pensando no troco. Até que:

- Eu sei. Mas não é a mesma coisa.
- Você foge.
- Não fale assim. - ela começa a falar baixinho - eu não estou muito acostumada com isso. Eu só ando muito enrolada.
- Entendo... - ele olha pro lado e deixa suas vistas se perderem na paisagem.
- Não fique assim. Escuta. É difícil pra mim, sabe?
- É... estranho! Num momento eu tenho você nas mãos. Em outro, sinto um repúdio, próximo até do ódio.

Ela observa. Ele completa:

- Entenderei perfeitamente se não pudermos mais nos ver. Talvez seja isso que eu deva fazer... e fazer agora!
- Espere!

Ela abaixa as vistas e começa a brincar com os dedos, sem saber direito o que falar ou o que fazer. Há um momento de silêncio, quebrado por ele:

- Quando você fica assim, dá vontade de te levar pra casa.

Ela, ainda de vistas baixas, esboça um suave sorriso. E ele, mais calmo, insiste:

- O que está havendo? O que esconde?
- Não suma... por favor.
- Sabe, outro dia eu vi algumas pétalas de cor rosa no mar. A hora é agora.

Ouvindo isto, ela abre um largo sorriso. Não há mais condições de segurar a vontade em dar um longo abraço. Lógico, com lágrimas rolando. Mas... somente os dois entendiam do que se tratava. Aos demais restava saber que as águas dos rios não falharam.

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Frase feita: "Não sei se sou o melhor pra você, mas poderíamos ser o melhor pra nós dois!"

23.7.07

You Give Little Love

A Coca-Cola pode ter seus defeitos, mas sabe fazer comercial. E todos eles com excelentes mensagens. E sinceramente, este último comercial realmente mexeu comigo. Tanto pela música (melodia e letra), quanto pela idéia de parodiar o jogo GTA.






"Lalala la-la-la-laaa..."

22.7.07

Alvo

- Ops. Retornar. Tem muito o que fazer hoje.
- Lembra de ontem?
- Minha memória é curta.
- Lembranças perdendo o lugar?
- Muita coisa está fora do lugar.
- Muita bagunça.
- Demasia.
- Como se sente?
- Cansado.
- Constante?
- Em todo lugar.
- Tem sido difícil manter tudo que é importante.
- Estamos perdendo espaço.
- Por causa de um, muitos são chamados.
- E para onde vão?
- Para lugar nenhum. Ficam aqui, ocupando espaço.
- Mate-os.
- Não posso. São como eu.
- Vejo tudo claro!
- Perdendo as cores?
- Perdendo a visão.
- Estamos aqui para trazer-lhe a vida.
- Que só me distancia.
- Há sentimentos correndo nessas veias.
- Alvo... como a neve.

13.7.07

Signo e significado

Gosto de brincar com os números. Gosto de seus significados e suas representações. Não sou o único, conheço e convivo com pessoas que também possuem uma relação especial com alguns números especiais.

Hoje é dia treze... sexta-feira treze. Para muitos, dia temível. O tia em que a sorte não paira sobre a Terra. Bom, até o momento não vi nada de anormal, pelo menos até chegar meia-noite. Que por falar em meia noite, o doze é outro número muito interessante. No post anterior eu encontrei um significado bem característico para este número.

São muitos. Desde o três que muitos atribuem a Santa Trindade, ao tridente, às Três Marias, ao Tri-Force! O místico e o meu adorável 7. Acho que o blog inteiro tenta expressar os inúmeros significados deste número para comigo. Há o profético dez, o esquisito onze, o próprio treze, gosto do deze 7, o duvidoso vinte e quatro, o popular cinquenta e um, o longínquo setenta e 7, o temível seis-seis-seis, o trágico cinquenta e um mil e noventa e oito...

Papo cabeça? Não aparenta. Os números estão muito presentes nas vidas das pessoas. Conheço gente que até pretendem tatuar seu número em alguma localidade do corpo. Não condeno, acredito que seja uma forma de expressar a admiração por algo, baseado numa crença ou por apego mesmo.

Papo de nerd? Provavelmente não. Inúmeros artistas e os chamados celebridades mudam de nome por buscarem uma numerologia favorável aos astros e trazer "bons fluidos". Não acredito que os números possam influenciar nas escolhas, nas atitudes, na vida da pessoa. Mas cada um com a sua fé.

Admiro os números por seu caráter lógico. Por representarem um momento histórico, uma crença popular, uma imagem no céu, um sentimento, uma gozação, o nascimento de alguém, o mistério de sua inúmera aparição... Enfim, é brincar com os números. Embora essa brincadeira traga resultados que tendem ao infinito.

7.7.07

7:7:7

Lá está ele. Na manhã de sábado o menino de pé olhando pro relógio análogo da parede. Muito novo ainda para entender as horas. Mas sempre pelas manhãs ele observa a dinâmica dos ponteiros, das frações que esse tempo gera, chegando a proporções infinitas.

Ele observa doze casas, romanamente numeradas e percebe que na metade de um dia ele poderia fazer doze grandes ações e na outra metade brincar e descansar. As casas grandes se sub-dividem em cinco pontos, que para cada casa o ponteiro médio consome sessenta destes pontos. Logo pensa que em sessenta pontos ele poderia construir, arrumar, brincar, comer, pular e falar. Parou um pouco pra pensar se o tempo de um ponto seria suficiente para arrumar sua cama desforrada.

Continuava de pé. E à medida que ele observava o movimento brusco do ponteiro maior, a naturalidade do ponteiro médio e a sutileza do ponteiro menor associava ao seu ritmo de vida. Estudos, amigos, família... tudo corrido, num espaço razoável de tempo para construir lentamente o seu futuro.

Eis o entendimento, eis o abrir dos olhos, um leve sorriso se fazia em seu rosto. Estava claro. Era absorção do conhecimento, do sentido do tempo, nascia ali, com tão pouca idade, um homem que tinha em mãos o seu propósito de vida. Para este menino, essa carga de conhecimento, essa busca sem fim, os ensinamentos, os valores e tudo mais deveriam ser compartilhados. Muito a se fazer, para multiplicar entre muitos a importância da busca da sabedoria. Da fuga do senso comum e da aparente inércia do ponteiro menor. Usando como trampolim o ponteiro médio levando a verdade na velocidade do ponteiro maior.

Muitos meninos ainda estão de pé. Olhando pro relógio. Respirando e levando a vida amarrados aos altos e baixos dos ponteiros. Circuncidados pelo cálice dogmático da robotização das horas. Mas entre eles, um deles, justamente ele, entende as imagens geradas na parede. O valor do tempo e o seu sentido de vida. Numa manhã de sábado, quando por uma fração de segundo o relógio marcava sete horas, sete minutos e sete segundos.

1.7.07

Sob o sol da Toscana

É incrível como alguns filmes mexem mesmo com a pessoa. E Sob o sol da Toscana com certeza é um deles. Com um enredo inicialmente simples, o filme vai surpreendendo pelo excelente andamento das situações vividas pela personagem principal Frances, uma escritora, recém divorciada, que tenta lidar e vencer sua situação estando mais presente e ouvindo conselhos das amigas.

Sua melhor amiga, certa vez a aconselhou a fazer uma excursão na Itália. Ela aceita e parte para a imprevisível aventura. A partir daí o filme começa a ganhar um enredo interessante, pois Frances começa a se encantar com a beleza de Roma e dos costumes locais. Até que um dia, quando o ônibus de sua excursão percorria cidades mais distantes, ela viu em um muro velho uma imagem, feita de mármore antigo, de uma casa com varanda e árvores. Algo despertou seu interesse e pediu para descer do ônibus, sem mesmo ver verdadeiramente a casa da imagem por sobre o muro.

Frances abre o portão antigo, ao lado da imagem da casa. Passa por um jardim e finalmente vê a casa propriamente dita. Em divertidas cenas curiosas de negociação, consegue a compra da casa, que está muito velha e decide reformá-la. O próprio vendedor torna-se um grande amigo e apresenta diversos interessados em trabalhar para ela.

Bom, não vou narrar o filme inteiro, mas nossa personagem vive momentos felizes, inusitados, divertidos entre outros, diante de amigos, personagens curiosos, famílias tradicionais, aprendendo a culinária típica, a fé religiosa, os costumes e a cultura local. Em uma busca pelo que ela não sabe. Era a casa e Frances, Frances e a casa do século XIII. Até o momento que ela se questiona: "Porque estou aqui? Porque estou nessa casa grande sem ninguém?", quando o vendedor amigo, casado, lhe conta um conto: "Muito tempo atrás, nos Alpes de Viena e Veneza, construíram trilhos de trens para ligarem as duas cidades, mesmo ainda não existindo trens que percorressem os trilhos".

Quando o rumo do filme parecia cair no previsível, novos acontecimentos à Frances nos colocam sob fortes desconfiança sobre o verdadeiro propósito do filme. Nossa personagem começa a perceber que casos como o seu acontecem ao seu redor, com máscaras diferentes. Que o tradicionalismo às vezes é duro de ser quebrado. E que num belo dia poderia até se envolver com alguém, como acontece com ela.

Mas o gancho principal é quando Frances recebe misteriosamente três caixas. O conteúdo dessas três caixas faz com que Frances tome decisões importantes para sua vida. E, logicamente, não vou dizer o desenrolar da história, que segue para um final quase esperado.

Mas, de consolo, revelo que o elemento principal do filme é a torneira velha da casa, que aparentemente não funciona.

5.6.07

5, 6, 7

cruzeiro do sul

badaladas

sentidos

1.6.07

Introspectivo

Aquele meu olhar pro nada, aquele meu silêncio mortal, aquele meu mau-humor tradicional e a sensação do silêncio ao redor. Dias após dias passa um filme na minha cabeça, com imagens de quem eu fui, de quem eu sou e de como serei. Imagens ora tristes, ora alegres, ora conflitantes e imagens de acontecimentos de não sei onde, mas existiram.

Tenho inúmeras peças... não sei como encaixá-las. Caramba, falta algumas, as mais importantes estavam bem aqui. Ando esquecido. Ando distraído. Ando cantarolando músicas antigas e até criando melodias que arrepiam minha alma. Ando falando sozinho, que pra disfarçar essa minha loucura dentre as pessoas eu ponho o celular no ouvido fingindo estar falando com alguém.

É a minha loucura particular, que tento ir levando nessa normalidade de vida. E tudo é mais intenso nesse frio, nas noites, naquela maldita esquina que cometi a loucura de deixar aquele olhar melado avermelhar de lágrimas. Essa imagem provavelmente será a mais constante... talvez eterna.

Sou perseguido pelo passado e tento fazer as pazes com o presente dosando as não tão numerosas opções de caminhos a seguir. Ando escutando menos. Enxergando menos. Me socializando menos. Me afastando de não sei onde, buscando não sei o quê e vivendo não sei como.

23.5.07

Momento Certo

Talvez a atitude mais repudiada para quem tem um objetivo sólido e bem fundamentado seja a desistência. Vejo o quanto nós somos submetidos a verdadeiros bombardeios de estímulos, sonhos e objetivos que nos levam a total exaustão de nossas forças na busca do que acreditamos ser o melhor para nós. Mas, pergunto... quando é a hora de desistir? Vale a pena seguir sempre com um sonho cada vez inalcançável?

São perguntas difíceis, quase impossíveis de se responder. Até porque a realidade da vida pinta a própria cara de diferentes formas aos que se atrevem a entendê-la. Desistir faz-nos entender o quanto poderíamos canalizar nossas forças para um objetivo mais próximo, concreto, palpável. Que, sim, poderá servir de âncora para objetivos maiores.

Desistir não é para os fracos. Talvez o comodismo. Desistir, sem o comodismo, é preparar-se para encarar um caminho alternativo, que talvez não seja o desejado, mas muito provavelmente é o ideal. É também questionável a desistência da vida. O que leva a pessoa a desistir de viver? Eu me questiono muito na atitude de um suicida que não utilizou elementos de exibicionismo ou o sensacionalismo em seu ato. Ato de covardia... ou ato de coragem?

Quando ouço "desistir nunca!!" lembro um episódio dos Simpsons em que Homer tenta a cada segundo pegar um pedaço de carne numa panela grande com água fervente. Fico imaginando isso na vida real. A cada segundo um grito de dor. A cada segundo uma queimadura mais profunda. Estupidamente uma pessoa querendo ir contra as leis da física, podendo obter seu alimento de maneiras mais seguras ou até mesmo obter outro alimento para saciar sua fome.

No filme Cruzada, o personagem Balian (Orlando Bloom) desiste de lutar pela defesa de Jerusalém por acreditar que causaria um número menor de mortes entre os habitantes cristãos da cidade. Ele optou em desistir, jogar fora seu orgulho, aceitar humildemente a derrota e preservar inúmeras vidas que habitavam uma cidade que estava sucumbindo aos ataques do exército sarraceno comandado pelo Rei Saladino.

No estudo de administração de empresas é muito comum os líderes submeterem seus subordinados a desafios que estão acima de seus limites. E é a partir desta técnica que há o crescimento da empresa e o crescimento profissional do subordinado. Mas, uma coisa é ser submetido a desafios de maneira consciente em que a pessoa administra seus recursos técnicos e intelectuais de acordo com o problema proposto. Outra coisa é, inesperadamente, estar numa situação de vida em que seus esforços físicos, mentais, sentimentais, intelectuais são elevados ao extremo, sem retorno, sem perspectivas.

Também não existe no dicionário esportivo a palavra desistir. É lógico que numa competição em que há atletas preparados para competir até o fim num intervalo de tempo, desistir é mais que fugir a regra. Mas não creio que isso se aplica numa competição que envolve luta, com um adversário totalmente imobilizado ou nocauteado. Nesse caso, ir até o fim pode ser sinônimo de morte.

O indivíduo que não desiste nunca desperta admiração entre os demais. Geralmente quando este chega ao triunfo. Mas quando há o fracasso, é muito provável que essa admiração se transforme em sensação de estupidez e de burrice. A atitude de se jogar de peito aberto à lanças e espadas poderia ser substituída por uma atitude mais estratégica, bem pensada.

As vezes nem sempre o que almejamos seja realmente o melhor a seguir. É complicado perceber que aquilo que acreditávamos ser o certo é algo a ser descartado por não gerar resultado em nenhuma dimensão. Perde-se tempo, recursos, esforço, estímulo e energia naquilo que pintamos como 'felicidade'.

O homem é passivo em aprender com o erro. Posso hoje dizer que nem sempre o menor caminho é o melhor a seguir.

13.5.07

Mãe


Coração de mãe é assim, sempre cabe mais um.

Felicidades para todas as Mães.

E um beijo e abraço especial para a minha Mãe.

3.5.07

Comfortably Numb

É um sono pesado. Como numa noite fria, que a gente nem sente passar dormindo sobre muitos cobertores. Mas a quentura é de febre e o suor é um sinal que estamos combatendo aquilo que quer nos destruir.

As vezes percebe-se figuras na parede, ilusão produzida pela luz e sombra que vem de fora. E há tosse sincronizada com o latido do cachorro na rua. Ah, outra coincidência... acabou de acontecer nessa linha.

Quando a febre irá passar? Há remédio pra isso? Porque é tão desgastante e dolorido as vezes que se tenta sair dessa paralisia tentando se movimentar livremente? O repouso é recomendado, mas o comodismo chega a ser incômodo. O gosto amargo, na boca e na vida, é como uma irritante microfonia seguida de uma doce melodia.

Não tenho medo. Nem do sono pesado nem das noites frias. E se a febre insistir em voltar, talvez eu a utilize para manter acesa a brasa que serve de combustível para a vida.

27.4.07

Frutos da Retina

De novo, difícil de interpretar. Mas se me permite, faço minhas as suas palavras, embora não muitas. As poucas que guardo são carregadas de sentimento, sinceridade e ternura. Principalmente quando seu olhar insiste em se perder no horizonte à nossa frente, o que me faz perceber o quanto é mais importante olhar na mesma direção.

Não são anjos no céu... mas estão lá, prontos para serem tocados. São reais. Difíceis de alcançar. Estupidamente distante de nós, rindo e quase imponentes. Mas quando são tocados, quando são encarados de frente, a superação e o vigor da conquista nos tornam, por alguns instantes, inabaláveis.

Não costumo errar quando percebo a beleza do que vejo. São verdes... ainda mais de dia... a luz do sol não mente, as cores, as expressões e até mesmo a fala são ricamente definidas contrastando com a imagem turva das sombrosas noites.

Porém haverá sempre um eterno paradoxo entre o real e o imaginário. Dois mistérios que cercam esse que insiste em acreditar naquilo que se esconde nos corações das pessoas. O mistério da realidade é por não ser tão evidente e constante as palavras que criam pontes entre os fatos e o parecer. Já o mistério do imaginário é o quanto eu me perco em seus momentos de desligamento real, por nunca saber o que realmente está pensando.

22.4.07

Nas Nuvens


Raro isso acontecer, e quando acontece a gente tem que prestigiar. Dia perfeito. Não muito quente, vento fresco do mar, muita gente e adrenalina no ar. Vai deixar saudade a competição Red Bull Air Race, evento realmente de 1º mundo.

Muito legal a idéia de corrida aérea passando pelos cones e obstáculos. Num cenário estrategicamente bem escolhido, na enseada de Botafogo, em frente ao Pão de Açúcar.

Impressionante ver pilotos veteranos da aviação voando, disputando e comemorando como se fossem crianças. O dia foi perfeito. Revi velhos amigos, um outro grande amigo e curti o evento em agradável companhia.

Já a corrida, bom... eu estava torcendo p’ro simpaticíssimo bigodudo Peter Besenyei (Hungria), vencedor da primeira etapa realizada nos Emirados Árabes. E percebi que o pessoal também estava torcendo por ele. Mas infelizmente ele foi eliminado ainda nas quartas de final, tirando um "ahhhh" de geral que estava assistindo. Mas gostei da vitória do britânico Paul Bonhomme.

Foi tudo muito organizado. A praia estava lotada, com vários telões mostrando detalhes das manobras dos aviões e até mesmo da cabine exibindo as engraçadas expressões dos pilotos quando faziam 'loopings' no ar. Não houve violência. Tinham poucos ambulantes, o que fez a gente morrer de cede na praia... =)

Fator negativo foi o trânsito. Realmente o Rio não possui infra-estrutura para eventos como esse quando o assunto é transporte. Nem quero imaginar como vai ser o Pan-Americano com diversas competições na cidade inteira.

Mas não quero me prender ao que não dá certo. Fico contente de saber que eventos como esse são realizados em nossas terras tupiniquins. E que fique de exemplo, tanto a organização quanto ao fator 'Wow'. E um recado: não só de carnaval e futebol vive o carioca... um milhão de pessoas no Air Race é a prova disso.

17.4.07

Questionamento

Passo os dias tentando entender alguns conceitos e preconceitos. E por mais que obtenho informações de diferentes pontos de vista, não consigo entender essa lacuna nos corações das pessoas. O que procuramos?

Onde estávamos com a cabeça ao fazer a história pura e cruel como ela é? Porque guardamos as dores, os sofrimentos, as mortes e as promessas de vingança?

Somos guiados por algum ser? Porque temos que duvidar da religião? Seria ela a raiz de todos os males? Ou seria os males as únicas cinzas que nos restarão?

A maldade é da natureza humana? Ou a sociedade que nos corrompe? Ou ambos, lembrando que a sociedade é criação do próprio homem.

Porque tenho a sensação que os sentimentos são reflexos sobrenaturais? Seria a coragem o ato de vencer o medo? O amor um sentimento utópico? A fé e a esperança seriam apenas bengalas conceituais para os preguiçosos?

Porque nos julgamos a raça dominante por apenas termos a noção de tempo e espaço? E por saber que vamos morrer? O que esperamos? E que angustia é essa por não ter o gostinho de saber como é do outro lado?

Se a natureza é a estrutura da perfeita ordem, porque o universo caminha p’ra entropia? Porque tende ao infinito? O que isso significa? Porque somos curiosos? Porque queremos saber de tudo? Porque as pessoas tem mania de questionar tanto?

13.4.07

Agora é assim: PÁ PUM

Diz a lenda...

"Um especialista foi chamado para solucionar um problema com computador de grande porte e altamente complexo... um computador que vale 12 milhões de dólares. Sentado em frente ao monitor, pressionou algumas teclas, balançou a cabeça, murmurou algo para si mesmo e desligou o computador. Tirou uma chave de fenda de seu bolso e deu volta e meia em um minúsculo parafuso.

Então ligou o computador e verificou que tudo estava funcionando perfeitamente.

O presidente da empresa se mostrou surpreendido e ofereceu pagar a conta no mesmo instante.

- Quanto lhe devo? - perguntou.
- São mil dólares, por favor.
- Mil dólares? Mil dólares por alguns minutos de trabalho? Mil dólares por apertar um parafuso? Eu sei que meu computador vale 12 Milhões de dólares, mas mil dólares é um valor absurdo! Pagarei somente se recebo uma nota fiscal com todos os detalhes que justifique tal valor.

O especialista balançou a cabeça e saiu. Na manhã seguinte, o presidente recebeu a nota fiscal, leu com cuidado, balançou a cabeça, e saiu para pagá-la, no mesmo instante, sem reclamar.

A nota fiscal dizia:

Serviços prestados: Apertar um parafuso..................... 1 dólar
Saber qual parafuso apertar....... 999 dólares.

Dizem que não se cobra pelo que se faz, mas pelo que se sabe!"

5.4.07

"Tá... mas isso, deixa pra lá"

Uma manhã
Um despertar
Um sorriso
Um atraso
Um partir
Uma praça
Um olhar
Um encanto
Um caminhar
Um retorno
Um lugar
Uma vista
Uma mesa
Uma folha
Um desenho
Uma mensagem
Uma ternura
Um filme
Um desejo
Uma espera
Um outro retorno
Um caminhar
Um portão
Um silêncio
Uma promessa
Uma cobrança
Um sorriso
Um silêncio
Um beijo
Um tremor
Um carinho
Uma despedida
Um caminhar
Um grito feliz
Um sonho
Uma lembrança
E uma realidade.

2.4.07

Nomes

- Sabe quando às vezes você olha pro lado e percebe que ninguém está te olhando?
- Isso se chama solidão.

- E quando a gente treme ao ver um rosto conhecido?
- Isso se chama trauma.

- Mas nem sempre a gente procura. Parece que nos persegue.
- Isso se chama neurose.

- E nas noites frias, acordamos gritando um nome.
- Isso se chama passado.

- Que muitas das vezes prende a respiração e tira a lucidez.
- Isso se chama compulsão.

- Que dói aqui ó... bem aqui...
- Isso se chama saudade.

- A autodestruição pode ser uma boa saída...
- Isso se chama loucura!

- Contrapondo com o aprendizado de vida.
- Isso se chama sensatez.

- E este mundo?
- Isso se chama presente.

- E há um desejo insano... de vencer isso tudo.
- Isso se chama sede.

- Mas penso em fazer as malas, ir pra bem longe, fugir e não aparecer mais.
- Isso se chama medo.

- Queria ter alguém... aqui... ao lado...
- Isso se chama carência.

- Não! Me perco num olhar... não sei de onde vem... mesmo que distante.
- Isso se chama futuro.

- ...
- ...

- Como te chamas?
- Consciência.

28.3.07

Neoconn Force

É uma família. E num dia de turbulência por dentro e muita tempestade por fora, eis que abro a porta para adentrar num mundo totalmente novo e desconhecido. Instruções, conhecimento, treino, trabalho e recompensas. Lógico que haviam regras, algumas delas complexas, outras básicas como:

- Você pode usar a Internet para fazer seus trabalhos, entrar no seu e-mail, fazer alguma pesquisa. Proibido entrar em sites impróprios. Não pode ficar em salas de bate-papo e nem usar o MSN.

Mas a adaptação foi rápida. Aos pequenos moldes fomos aperfeiçoando a estrutura da convivência. E com descrições precisas para entender alguns conceitos:

- Tá tudo na minha cabeça. Primeiro a gente processa toda a informação... que... que gera um resultado... da informação que processamos... que por trás disso volta pra ser processado de novo.. e... enfim... o Base tem vida própria.

Conhecimento e aprendizado veio com muita dedicação, pesquisa e esforço pessoal. As ferramentas da busca de informação geralmente eram satisfatória, mas não resistimos em reverenciar a sabedoria humana obtendo respostas precisas para dissolver nossas dúvidas:

- Cara... abstrai... funciona!

Logicamente nem todas as soluções eram oriundas de manuais ou de experiência humana. Muitas das vezes do oportunismo aleatório do ‘toma-lá-dá-cá’:

- Travou meu Eclipse!
- Travou eh? Aperta aí agora o seu "CTRL SHIFT M P P 3 5".

E nos preocupamos com os assuntos do dia-a-dia, não nos isolamos num mundo fechado. Estamos sempre dispostos para discutir e dialogar diferentes assuntos, mesmo quando as vezes havia falha de comunicação:

- Eu sei, eu sei! Não funciona porque não estão mais os mesmos arquivos. Alguém matou o bin.
- O Laden!?

E geralmente as tomadas de decisões nos confortavam na total amplitude de informação precisa, sólida e... excêntrica.

- E aí? Quando começa o treinamento?
- Cara... a questão não é essa... é complexo... mas faz todo o sentido se estiver no contexto... entende?

Enfim... a força que se criou vem de nossa própria essência.

Para todos aqueles que fizeram, que fazem e que farão parte dessa família!

26.3.07

Happy Birthday...
Be Happy...

=)

25.3.07

Dissonância #1 Valor do Ingresso

Um evento. Um cantor. Uma música. E um dos melhores artistas musicais esteve a bem "poucos quilômetros" de onde me resido e não pude vê-lo por existir uma barreira enorme chamada ganância.

Roger Waters é sem sombra de dúvidas um ícone no mundo do rock. Que conseguiu lotar a Apoteose. E me alegro ver um palco voltado para diversidade musical... e não apenas para 4 dias de Fevereiro. Mas me entristece de saber que por trás das grandes apresentações musicais, em maioria delas internacionais, o lado romântico da música é substituído pelo domínio do dinheiro.

A barreira chamada ganância impôs ingressos de cento e quarenta reais, que sairia por setenta reais para nós estudantes. Não somente no show do Waters como ano passado o valor do ingresso para o show do Pearl Jam também girava em torno de cento e quarenta reais. E, fugindo de shows de rock, recentemente em dezembro de 2006 a meia entrada para assistir o evento Videogameslive custava quarenta reais.

Rolling Stones tocou de graça na praia de Copacabana, mas, e daí? Show dos Stones… no Brasil… e de graça?! Uma vez na vida... porque nem na morte haverá de novo.

Ganância... ingressos a preços incompatíveis com a média da renda brasileira.

"Mas... a quem importa? São gringos! Veio de fora! Tem que cobrar caro mesmo! Só playboy e maluco vão assistir o show do Waters na Apoteose... vamos lucrar em cima do ex-baixista do Pink Floyd e dos manés fanzoca da extinta banda!"

E assim segue a cultura musical brasileira... desvalorisada. Antigos ícones da nossa música ficaram no passado! Os que sobrevivem vão sucumbindo um a um... regravando sucessos antigos no apelo (e desespero) de re-erguer o império em ruínas.

E o Waters? Bom... o Waters tocou pra caramba. A galera cantou. E curiosamente um grupo de crianças de um colégio municipal fez o coro da música "Another Brick in the Wall". Será que eles sabem o que significa "We don’t need education... We don't need no thought control… No dark sarcasm in the classroom… Hey! Teachers! Leave us kids alone!" ?

21.3.07

Contos #3

- Bom dia, seu Zé!
- Bom dia, seu Souza...
- Cômu tão as coisa aí? Só nu bem i bom, né?
- Dimais! A banca tá indo muito bem obrigado.
- Pu falá nissu, mi dá aquele jornal... baratin...
- Pois não... tôma aqui... precinhu extra pra você... notícia do dia... quentinha e expressa qui dá pá lê em meia-hora...
- Má vejam só... já leu ar notícia?
- Já li sim... viu u qui aconteceu na zona-sul? E dizem qui só na periferia aconteci essas barbaridadi.
- Mar num é? Aqui ó: "baleado ao sair da boate".
- E logu du ladu uma matéria de mais um ôimbu queimado na via expressa.
- Coisa di lôcu.
- Vira a página... ó... aqui... o cara levou três tiru!
- E num é qui acertou logo no miolo du rapaz?
- Num dá mais pra ficá andanu nas rua até tardi mar não! Já foi u tempo que a garotada ficava paqueraaaando, né, seu Souza...
- Ih... nem mi fala... hoji só lemu disgraça acontecênu nessi país.
- Nesse país e nessi mundu.
- Pois é... mas... ué? Que é issu qui tá pingandu du jornal.
- É sangue...

18.3.07

Apropriada

Não é a primeira vez que faço isso... novamente, navegando sem rumo pela internet, achei essa reflexão bem apropriada para o momento.

"A felicidade as vezes é uma benção - mas geralmente é uma conquista. Pobre de quem teve medo de correr os riscos. Porque este talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir. Mas quando olhar para trás - porque sempre olhamos para trás - vai escutar seu coração dizendo: 'O que fizeste com os milagres que Deus semeou por teus dias? O que fizestes com os talentos que o teu Mestre te confiou? Enterraste fundo em uma cova, porque tinhas medo de perdê-los. Então esta é a tua herança: a certeza que desperdiçaste tua vida.' "

Ah, sim... autoria de Paulo Coelho.

15.3.07

Síndrome

Subindo ao mar, lançou-se aos ventos
Quis acreditar no que seus olhos não viram
E no esforço não preciso, alcança
Lança... certeira

Castigo da alma
Da procura
Mas é o mesmo sorriso
Mas nunca quis achar
Ainda mesmo que marcado
Estampado, evidente, tão lógico
E... tão incoerente

Quis ser presente,
Tão crente... que mente
Pra si... e não sente
Vícios da razão
Firulas do coração

Nada se perde
Nada se cria
Simplesmente, não existe!

12.3.07

Única

Coisas acontecem... e sem sabermos porquê.
Pessoas vêm... e se vão sem se despedir.

Talvez porque não há explicação. Mas é muito bom reencontrarmos os grandes amigos, que nunca se despedem. Passam-se os dias, semanas, meses... mas num belo dia eles estão ali, com os mesmos olhares e a mesma força e energia de antes.

Conhecer novas pessoas tem seus riscos. Confiança e valores são percepções de um espaço perfeito de tempo. Contável em dias ou em anos!

Os novos amores também são passivos de riscos. A naturalidade geralmente é uma receita infalível... se você gosta de alguém, seja você mesmo. Isso funciona muito bem... e como funciona!

Mas as pessoas continuam vindo... e indo. E nos deparamos com a maldita saudade que consome nossa carne. O pior dos canceres. É longa e duradoura. E por mais que venham pessoas, não há como substituir as que se foram. Frase feita: cada pessoa é única!

Excepcionalidade... tanto nos momentos... tanto nas pessoas...
Paradoxalmente acredito que para um indivíduo ser único, este deve ser plural!

E você... sim, você mesma... é única!

8.3.07

Um lado feminino

apaixonantes
batalhadoras
determinadas
envolventes
imprevisíveis
sedutoras
sentimentais
singelas

e acima de tudo... lindas!

Para você, mulher, desejo 366x 8 de Março!

5.3.07

Entendimento simples...

Like a ButterfliesEstar há tempos sem escrever, me trás certa dificuldade... não com palavras mas sim como me expressar. Dizer o que penso faz parte da Insâminus, acho que desde a primeira postagem. Dizer o que sinto, mesmo que nas entrelinhas, também faz parte. Repare que uso a palavra "dizer", pois o que você lê aqui pode ser considerado o exato diálogo que existiria numa conversa entre você e eu.

É um blog pessoal? Sim... digamos que sim, mas tento generalizar as coisas. Falar de algo específico, principalmente coisas minhas, é meio complicado e evasivo. É sobre o comportamento humano? Muito provavelmente sim... inclusive os meus. Principalmente o que foi publicado em 2006.

É tudo tão novo, tão diferente e tão... incerto. Ter a certeza de tudo é deixar-se engolir pela mesmice e, em cima disto, pela rotina e monotonia.

Dizer o que pensa... dizer o que sente... dizer... dizer... dizer...
Repedindo "dizer" várias vezes pra si, trás uma sensação estranha...

Eu quero ler! Quero ouvir! Consumir palavras! Entender! Aspirar os sentidos das letras e dos números. Eu quero conhecimento...

Quem diz, perde.
Quem ouve, ganha.

1.3.07

Um lugar... chamado...

- O que dizer?
- Não diga nada...
- Só quero toca-la... senti-la... beija-la... mas, o que dizer?
- Falar quebra o encanto.
- Mas há o silêncio...
- O silêncio é o aconchego da alma.
- Há sentimentos...
- Transpire... Inspire... sinta e faça-se sentir.
- É tudo tão... confuso! E... foi tudo tão de repente!
- O encanto é imprevisível.
- Não há valor se não for recíproco.
- Não a julgue... apenas acolhe-a... ela pede isso com os olhos.
- Eu adoro os olhos dela... dizem tantas coisas.
- Por isso... não diga nada!
- Preciso saber se ela sente o mesmo...
- Não tem que saber... tem que sentir...
- Tenho medo.
- Todos nós temos... suporta-lo envelhece... mas... vence-lo enobresse!
- Eu a quero!
- Ninguém pertence a ninguém... não a tome somente para si!
- Quero fugir com ela...
- O ideal seria vencer o mundo primeiro.
- Então... quais são as armas?
- Ironicamente... as palavras!
- Dejavu!! O que dizer!??
- Hm... dont worry... be happy!

27.2.07

A Nova Ordem dos Templários

É como brincar de deus...
"Uso o número perfeito de dias e dar-se-á a criação!"

As palavras matutinas retornam ao belo por do sol numa tarde cinzenta!
"Mas e a alegria? Ela vem ao amanhecer..."

O destino reserva sutis mudanças...
"Não! Não são verdes... são castanhos esverdeados"

Filhos de um futuro promissor.
"Aos filhos de longíncua pátria abominaram"

Para quê mudar?
"É como um sorriso bobo... parecido com soluço"

Bem-vindos...
Ainda em fortes mudanças, não por fora, mas por dentro... de volta a Insâminus!

7.1.07

Diário de Ester #6 O susto

"Não... sem comentários o que esse pirralho fez hoje comigo!

- ( Oi... tudo bom? ... comigo tudo certinho ... como eu sabia que era você? Ué, aqui tem bina... hmrum... sei... foi... desde cedo, porque? ... ontem? ... não fiquei sabendo... não...)
- Mãna... num tou conseguindo domir...
- ( Só um minutim...!) Dá meia volta... e dorme... não quero você andando pela casa tarde da noite...
- . . .
- (Oi... hã? Não... nada... era só meu irmãozinho que agora tirou todas as noites pra me pertubar... hmrum... é.... agora ele tá craque nisso... outro dia foi terrível faze-lo ir escovar os dentes... hmrum... pois é... tem seis anos... é? Leva pra você... ahaha... não... ahaha... não... meu maninho eu não dou a ning...)
- Vocês vão ficar aí falando de mim?
- Junior!! O que você está fazendo parado em frente a minha porta a essa hora? Que foi que eu te mandei fazer?
- É que no meu quarto tem...
- Olha! Se você não for dormir eu vou torcer sua orelha até ficar da ...
- “Da cor de um tomate!”
- Agora vai ficar me arremedando?
- É que eu queria que você fosse comigo e...
- Volta... pro... seu quarto!!!!
- Hmpf!
- ... caso sério.... (Oi... não... é... ele hoje tá impossível... mas, fala da festa da Manu... tendi... hmrum... eu já imaginava... ela não me convidou não, tanto é que eu não sabia que ia ser ontem... é... na verdade o níver dela foi na segunda... eh... e deixou pra comemor...)
- Vou falar pro papai que você fica até tarde no telefone...
- Fala! Vai lá acorda ele e fala... Não tenho medo de você, não tenho medo do papai... e estou pensando seriamente se eu vou te levar na Lagoa sábado que vem se você não for dormir agora!
- Tá... sua chata!
- ... dai-me forças... (Oi... eh... de novo.... mas tipo.... amanhã a gente se fala, tá? Sim... é melhor... mas deixa pra lá... não quero mais saber dessa festa não... queria que você me dissesse como a gente vai terminar aquele trabalho... tá? ... hmrum... ok, então... durma bem também... outro...)
- Não precisa mais vir não... já resolvi!
- Mas o que você está fazendo ainda em pé essa hora?
- Vim te mostrar... o ataque da barataaaaaaa!!!!! ^^
- Aahhh.... seu nojento!!!! Tira esse monstro da minha frente...!!!!"

6.1.07

Persistence... in the mind

"That'll do me"
Show me who you are
I'll show you what you love
I'll give you half the world if that's enough
Let me take you down
Let me hear you smile
Let me rest my head here for a while

In the end we'll leave it all behind
Because the life I think I'm trying to find
Is probably all in my mind

Show me who you are
I'll show you what you love
I'll give you all the world if that's enough
In the end we'll leave it all behind
Because the life I think I'm trying to find
Is probably all in my mind

In the end we'll leave it all behind
In the end we'll leave it all behind
In the end we'll leave it all behind
Because the life I think I'm trying to find
Is probably all in the mind
It's all in the mind
It's all in the mind
All in the mind

(All in the mind - Oasis)

5.1.07

Mandala

É só uma repetição de imagens. Não há muito mistério... gosto do efeito que proporciona e por mais que você tente mudar seu ponto de vista, a figura permanece estática.

Olha só o que eu estou falando... sabendo eu que doze casas são preenchidas com símbolos místicos. Acho bacana o nome das constelações e é muito interessante algumas delas formarem imagens de objetos, animais entre outras coisas. Gosto da "casa" de Gêmeos... não dá pra sair dela!

Mas somente isso. Apenas. Há os que acreditam que o que está lá em cima influencia o que está aqui embaixo. Eu fujo dos extremos. Nem tudo está escrito. Nem tudo é por acaso. Há imensas lacunas nesse traçado e partes em branco nessa figura... que formam uma mandala de doze partes. Basta preenche-la à nosso bel-prazer.

1.1.07

Awakening

Levantar antes que ele nasça.
Levar consigo toda harmonia e deixar a melodia tomar conta de sua alma.
Awakening...

Livre pr'a olhar... livre pr'a sorrir... livre pra amar...
Possuindo em mãos doze blocos novinhos...
Blocos com páginas em branco...

Os primeiros raios são presentes...
O místico do sete resplandece em sua testa.
A cada página, um novo desenho...

Livre... e sobre tudo... vivo!