3.5.07

Comfortably Numb

É um sono pesado. Como numa noite fria, que a gente nem sente passar dormindo sobre muitos cobertores. Mas a quentura é de febre e o suor é um sinal que estamos combatendo aquilo que quer nos destruir.

As vezes percebe-se figuras na parede, ilusão produzida pela luz e sombra que vem de fora. E há tosse sincronizada com o latido do cachorro na rua. Ah, outra coincidência... acabou de acontecer nessa linha.

Quando a febre irá passar? Há remédio pra isso? Porque é tão desgastante e dolorido as vezes que se tenta sair dessa paralisia tentando se movimentar livremente? O repouso é recomendado, mas o comodismo chega a ser incômodo. O gosto amargo, na boca e na vida, é como uma irritante microfonia seguida de uma doce melodia.

Não tenho medo. Nem do sono pesado nem das noites frias. E se a febre insistir em voltar, talvez eu a utilize para manter acesa a brasa que serve de combustível para a vida.

3 comentários:

Lóginus disse...

"E essa febre que não passa...
e meu sorriso sem graça..."

Renan disse...

esse texto me emocionou. passou o que eu queria ter passado com o meu penultimo posto, na ultima frase. mas em só uma frase.
te amo, luciano, morro de saudades.
espero que você esteja bem, meu menino.
te amo.

˙·٠•● ѕεறிoτιvo ◦ disse...

Tô fuçando uns posts aqui.. rss
E gotei muito desse. O físico misturado com o sentimental...adoro isso. misturas homegênas!!!!

Abraço

Ray