27.9.07

felicidades

24.9.07

Culpa do Cosmos

Quando algo começa a ser constante, de forma inusitada e, até certo ponto, assustadora, é hora de parar e pensar se não há algo mais forte influenciando a gente.

Eu sei, eu sei... o universo caminha para a total entropia, mas o que tem eu haver com isso? Se o universo está em expansão, problema é dele. Se a lua cheia influencia as águas dos oceanos, ótimo para os peixes. Se as joaninhas das ilhas de Trinidad e Tobago estão tendo problemas pela destruição da fauna e da flora local, pesar.

Ora! Eu não tenho força suficiente para atender a tudo e a todos! Sou egoísta. Sou egocêntrico. Sou vaidoso. Sou forçado a acreditar que até mesmo minhas preocupações são fontes de energias "entrópicas" para tudo!

Só pode ser culpa dele. Do cosmos. Quantos pianos mais eu terei que me desviar andando nas ruas? Quantas cordas amarradas às bigornas terei que tirar do meu pescoço? Se o caminho de toda a existência do universo é a destruição, por que justamente esse planeta prova exatamente o contrário? Por que há vida? Por que há luz? Por que há tanto a se fazer, já que não há sentido em se fazer? Faz sentido?

A vida caminha no lado contrário da entropia. Qual lado pertenço?

16.9.07

Vícios Sentimentais

Recentemente conversei com uma amiga minha sobre os altos e baixos da vida humana. E entramos num assunto bem interessante, sobre vícios sentimentais. Filosofando e dialogando sobre o assunto, chegamos a síntese de que as pessoas parecem ter a necessidade de viverem sobre o efeito de um sentimento, seja ele qual for. Entre eles estão o amor, o ódio, a tristeza, a felicidade, a melancolia e a hipocrisia (questionável a hipocrisia).

Os vícios sentimentais nos influenciam, nos dominam, tem o poder de nos levar do céu ao inferno em questão de segundos. Chega a ser uma dependência química. Somos reféns desta droga poderosa e cruel que impiedosamente nos matam com estúpidas doses homeopáticas. E somos submissos, desejamos consumi-las, estamos sempre atrás de mais e quando temos toda a dose necessária, partimos em busca de novos sentimentos.

Não há vício sentimental benigno ou maligno. Há os mais constantes e os esporádicos. E, muito provavelmente, o mais comum é a carência. É incrível como as pessoas necessitam sentir-se carentes. E a carência é o vício que mais sintomas são percebidos. A carência deixa a pessoa vulnerável, frágil, acaba cometendo loucuras para saciá-las, muda o comportamento, os hábitos, chegando a ser repulsivo as vezes.

Mas, repito, é incrível como as pessoas parecem gostar de sentir-se carentes. Pois ao saciar o desejo, quase que imediatamente buscam estarem sozinhas (o efeito colateral do consumo da droga). E, assim sendo, em poucos momentos o sentimento de carência toma conta de novo de todos os órgãos, vísceras, veias, ossos, músculos e outras partes vivas do infeliz indivíduo.

Esse e outros vícios fazem parte de nossas frágeis camadas humanas. Achei bem interessante o assunto e futuramente falarei mais detalhadamente de cada vício.

O único perigo em ser imune a todo e qualquer tipo de vício sentimental é ser condenado até os últimos dias de sua vida a ser insensível com você mesmo e com o mundo.

9.9.07

Balança

É mais um final de final de semana prolongado. Agora desta vez vindo do feriado de 7 de Setembro. Quando chega essa data sempre me vem à mente a idéia que o ano acabou. Daqui para o Natal é um pulo. Assim como os finais de semana, ultimamente o tempo anda passando rápido demais.

As coisas vão acontecendo tão rapidamente que é quase imperceptível enxergar os detalhes sutis do dia a dia. Como aquele sorriso a mais entre amigos, uma deixa insinuante num final de conversa ou aquele olhar diferente quando vem o silêncio.

As perceptíveis geralmente são acontecimentos ruins. Uns acreditam que guardamos melhor coisas que nos machucam e, conseqüentemente, deixam marcas. É sempre algo de real significancia, que pode acontecer com a gente ou com alguém próximo. Algo que pesa e que dá o equilíbrio do desfrute da vida, na balança das coisas negativas e positivas.

O fato é que nesse ciclo, ou melhor, nesse giro rápido das entidades móveis ao nosso redor, é praticamente impossível não se magnetizar por aquele olhar diferente, como também não se assustar com a fragilidade da nossa própria estrutura física e mental.

No mais, desejo entender melhor o que esse olhar tanto tem a dizer. Como desejo o vigor e a vitalidade de antes. Assinado pela balança natural da vida: Yin Yang.

4.9.07

Decisão e Alívio

Muito tempo atrás, ainda no meu ginásio, minha professora de Língua Portuguesa nos deu um texto para ler. O texto narrava a história de meninos, entre 12 a 14 anos, de um colégio interno religioso, que faziam várias estripulias.

O verão se aproximava e a diretoria precisava limpar a piscina e liberar para uso geral. Como castigo, na véspera da liberação, os pestinhas foram incumbidos a limparem a piscina. Cumpriram o castigo. Mas como vingança, secretamente, quebraram algumas garrafas de vidro transparente e deixaram os cacos no fundo da piscina pois, sendo rasa, feriria qualquer um que se jogasse afoitamente buscando o frescor contra o calor do verão.

Um dos meninos que participou da perversa brincadeira não se conformava com a tamanha crueldade da estripulia. Ainda tentou convencer os demais em não cometer tal barbaridade, porém sofreu ameaças em receber toda culpa sozinho caso comentasse a mais alguém.

A tragédia era eminente. As horas passavam. A noite já estava cedendo lugar para o dia de céu claro que se aproximava. O remorso, a angústia, as dores de estômago e o choro corroíam a alma do rapazinho. Até que pela manhã, este levantou decidido.

Assim como na aula de Língua Portuguesa de tempo atrás, a pergunta que não quer calar é: "qual foi a atitude do rapaz?". O texto foi retirado de um romance, que sempre procurei mas nunca encontrei. Me coloco no lugar desse garoto... amargurado... arrependido... pensando... maquinando no que fazer!

Sabe de uma coisa? Eu me jogaria na piscina.