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30.1.10

Museus e Moinhos

"Águas passadas não movem moinhos". Quem disse que não!?

Eu fico absolutamente aborrecido com algumas verdades absolutas que existem nos ditos populares e as pessoas acreditam piamente. E todo e qualquer dito popular que menciona o abandono do passado me irrita profundamente. Desde "Adeus ano velho! Feliz ano novo!", "Não chorar pelo leite derramado", "Quem vive de passado é museu" e principalmente a primeira frase desse post.

Lembre-se que é com os erros que a gente aprende. É com a experiência, a perspicácia e o histórico de vida que o homem, a cada dia, evolui cada vez mais. Cara.. é tão óbvio isso, é tão claro, é tão demodè que fica ridículo ficar aqui tentando, em vão, dar lição de moral sobre ditados populares.

Quem acredita que "Águas passadas não movem moinhos" esquece que as forças que existem na natureza trabalham em ciclicidade, como os moinhos. A mesma molécula de água se evapora e volta ao rio tempos depois. Assim é a vida. Não esqueça do passado, prepare-se pro futuro vivendo o presente. Quando tomar uma decisão para algo que já aconteceu com você, provavelmente escolherá outro rio para navegar.

26.12.09

Apenas... satisfação

Ser consumido. É como ser uma droga.
O desejo por mais uma dose, mais um fumo, mais uma seringa, mais uma carreira de pó.
A sensação de bem estar... passageiro
O êxtase dos 15 segundos
À depressão dos 15 dias

Quem nunca foi criança?
Quem nunca correu pela chuva sem medo de resfriar-se?
Os maiores prazeres vem em doses menores, mas constantes
Os melhores prazeres são os que vem sem medo
Veja uma criança...
Sai na chuva sem se preocupar ter seus 15 minutos de fama.

24.12.09

Além dos 5 sentidos...

A quem dedicamos nossos prazeres alheios? Ou melhor, a quem responsabilizamos?

O jogador de futebol sente prazer ao fazer gol por alegrar seus companheiros e ver a torcida inflamada comemorando.

O professor sente prazer em dar aulas ou por sentir-se o senhor do conhecimento ou por ensinar os alunos.

O aluno sente prazer ao tirar nota boa por poder exibir a sociedade que é capaz de aprender.

O médico voluntário sente prazer em sua profissão por ver seus pacientes curados.

A mulher que se embeleza sente prazer por saber que está bonita entre as demais pessoas.

O prazer alheio é o inverso dos prazeres proporcionados pelos cinco sentidos. A pessoa se sente bem em ser importante, em ser ouvida, em ser útil, em ser notada, em demonstrar que é capaz. Mas para isso ela precisa de uma platéia, de testemunhas, de uma pessoa a quem ela possa dizer "de nada".

10.5.09

Efeitos

Para quem acha que vivo falando em parábolas, então lá vai mais uma.

Há algumas leis e teorias da física que eu não entendo muito bem. Uma delas é "Toda ação há uma reação em sentido contrário" e, a que eu mais gosto, a teoria da "Causa e efeito". Guardem essas duas.

Se você fosse um número, ou melhor, se você fosse uma peça, melhor ainda, se você fosse uma peça de dominó, qual seria? Qual a mais importante? Qual a mais valiosa? Na verdade nada disso importa se o que você tem pela frente é um outro dominó e atrás mais um outro. Todos em posições, pesos e medidas iguais. Se um dominó derrubar o outro, logo este derrubará o próximo, que derrubará o próximo do próximo até que o último cairá mas não derrubará ninguém.

Um dominó nessas circunstâncias não reage. Mas houve a causa e o efeito. Onde estaria a reação? Pior, onde estaria a reação em sentido contrário. Há uma lei que rege esse "efeito dominó". Independente do seu valor, da sua importância para o jogo, da sua cor... um dominó não é culpado em provocar a queda da primeira peça. Apenas obedece a maior das leis, a lei da gravidade.

25.3.09

No mais perfeito sonho

Foi como se estivesse morto. Na verdade, bem vivo depois de morto, pois o lugar que eu fui com certeza não existe nesse mundo. À beira de um lago havia uma clareira funda e ao fundo desta clareira havia outro lago, calmo e cristalino. Em todo contorno da clareira haviam plantas e árvores baixas. As águas do primeiro lago formavam uma cachoeira fina que caia no lago abaixo... era alto, era imponente, era assustador olhar lá de cima. O céu era um azul bem claro, mas chovia, chovia pouco e fazia sol ao mesmo tempo. Havia esse contraste da cor cristalina do sol do entardecer ou amanhecer (não importa) invadindo toda a clareira abaixo em forma de feixes de luzes.

Senti medo da enorme altura vista lá de cima, mas resolvi pular. Era tão alto que dava pra perceber durante a queda as inúmeras gotas de chuvas caindo na mesma velocidade que eu. Era como se estivessem paradas ao meu redor, flutuando, mudando de forma a todo o momento. Abri os braços e toquei em várias gotas de chuva. Ao final da queda, já bem perto do lago, algo muito forte me puxou pra cima, como se existisse uma corda amarrada na minha cintura. Agora era arremessado violentamente de volta aos céus, indo de encontro à chuva deixando um rastro em forma distorcida por onde meu corpo passava.

Então percebi que vários dos meus grandes amigos se uniram à brincadeira, voando e rodopiando na chuva. Inicialmente senti um certo ciúme por eu ser sempre o único em meus sonhos que sabia voar, mas logo esqueci isso e voltei a cortar a chuva com meus braços, tocar o lago e deixar que essa força estranha me arremessasse novamente aos céus... tudo isso em grande alegria, euforia e certo medo pela altura.

O sonho reuniu diversos elementos que eu admiro. O sol cristalino das manhãs (ou da tarde), a chuva, a sensação e o poder de voar, meus grandes amigos, o medo da altura, o ambiente... tudo era perfeito! Quando eu morrer, se Deus perguntar onde eu desejo viver minha eternidade, prontamente indicarei:

- Ali.

3.3.09

Águas de Março

Como de costume costumo passar um longo período ausente por aqui na Insaminus no início do ano. Houve uma época que até tirei o blog do ar. Não sei se é por uma boa causa, mas acho que há uma descarga muito forte de alegrias, tristezas e expectativas em cada final de ano. Isso me faz brecar de forma estúpida a velocidade com que escrevo em meu blog no inicio do ano seguinte.

Mas reparei, não só comigo, como todos que escrevem em blogs, que os textos escritos na segunda metade do ano são textos melhores, mais profundos, mais questionadores e bem mais subliminares. Principalmente em blogs pessoais. O ano vai passando e naturalmente vamos refletindo mais e mais conforme o fim vem chegando. Há uma verdadeira explosão de textos iluminados em seus últimos meses para que, enfim, o hiato se inicie adiante.

As águas de Março vem chegando e com ela toda sua pureza das primeiras impressões que temos de um ano que desejamos viver. Banharmos agora com o que sentimos talvez nos ajude a escrever textos mais animadores depois.

21.12.08

Os dois lados de um clima

Acho que pela primeira vez estou escrevendo no blog numa manhã de domingo. Ainda mais num domingo de sol, mesmo que tímido. Vários foram os dias chuvosos fazendo até mesmo de frio. Hoje é o início oficial do verão que curiosamente aqui no Rio sempre começa no início de novembro o grande calor que frita essa cidade. Mas esse ano as coisas foram diferentes. Esse ano as chuvas insistiram em cair.

O ano ainda não acabou mas 2008 foi para eu como o clima. A temperatura oscilou em momentos inesperados, inverno caloroso, ventania na primavera e um início de verão chuvoso. Assim como dois mil e seis foi um ano de mudanças, na área familiar, profissional e pessoal. Não sei se para melhor, mas sempre repito que toda mudança é sempre bem-vinda. A partir das más escolhas a gente vai ganhando a malandragem de depois decidir melhor em situações parecidas.

E como o clima não dá pra confiar muito, a gente aproveita os momentos de sol, mesmo tímido, para sentir algumas alegrias. Não, não estou fazendo uma retrospectiva, ainda... mas é como um velho hábito de se falar do tempo quando há um silêncio enorme entre as pessoas. Para entender basta apenas fazer uma analogia aqui na Insaminus.

27.10.08

Gostos e Aflições

Gosto de falar sobre as estranhezas das pessoas, principalmente as minhas.
Não gosto é de alugar os ouvidos das pessoas, então eu abuso do meu blog... coitado.

Gosto de falar sobre música, principalmente as músicas estranhas, elas são menos enjoativas e perduram mais.
O que eu não gosto é forçar ou ser forçado a escutar uma música.

Gosto de brincar com os números, principalmente os números repetidos. Eles me perseguem.
Não gosto de acreditar muito neles... me assustam.

Aprecio as boas conversas entre os amigos. Na descontração os papos nunca são jogados fora.
Não aprecio conversas paralelas e sem nexo. Ou má interpretações. Ou deduções de acontecimentos não verdadeiros.

Gosto de acreditar num grande amor. Mesmo sabendo (ou não) da sua (in)existência.
Me aflige em não encontrar um grande amor. Ou me dar conta de saber que o perdi.

Gosto de encontrar as coisas boas e fazer bom uso delas. De compartilhar, trocar valores e crescer junto com todos.
Odeio quando me trazem coisas ruins. Principalmente quando eu não estou preparado para enfrenta-las.

Gosto de entender as coisas e saber por onde caminho. Há tantos caminhos a seguir, há tanto o que fazer.
Me aflige o fato de poder perder o meu caminho. E, pior, saber que não há mais nada o que possa ser feito.

[ post totalmente inspirado ouvindo The Shins, Bloc Party, Built to Spill e Blind Melon ]

24.9.08

goodbye cold weather

Chegou a primavera...
E com ela o cheiro das flores e o vento nos campos.
Chegou a estação das mãos dadas,
Do lual aos sábados, do cinema aos domingos
Caem as últimas gotas do inverno, que inferno, e seus graus de gelo
Vem as primeiras notas da estação, que até então houve silêncio o tempo inteiro

Cores predominantes, listras, xadrez, bolinhas e, por que não, o preto?
Sabores da primavera, que são elas, das belas e feras das panelas
Verão que o verão é mais que distração
Saudades sentirão e não irão sequer imaginar o doce da solidão

Restam apenas as pétalas sem ter medo do que vier
Restarão apenas as últimas pétalas... bem me quer... mal me quer...

31.3.08

Longo e tenebroso verão

O verão já passou e com ele suas atribulações. Não me dou bem com essa estação. Mas geralmente é no verão que as transformações ocorrem e nem sempre pra melhor.

Como no ano passado, vivi sucessivas coincidências que põem à prova toda conspiração que o universo exerce sobre nossas cabeças. Já não mais me surpreendo quando vejo os signos e significados serem desmistificados pela nossa própria incoerência. Em outras palavras, é sempre no verão que muito das coisas que acredito e defendo até a alma revelam-se mais falsas do que uma nota de quinze reais.

Então, porque se despedir do verão?
Bom, a mudança nem sempre é para melhor. Há decepções e até certo desinteresse meu quando descubro a não verdade por trás das coisas. Há também um desânimo por perceber que tudo aquilo que eu acreditava e defendia não era exatamente o que eu imaginava. E há preguiça por minha parte em tentar novamente entender o significado das coisas.

Então...
Então o que sai de bom disso tudo é que tenho criado um mecanismo de defesa quando gritam aos meus ouvidos tentando me convencer de mais uma falsa verdade. A cautela tem me acompanhado, comportando-se como uma muleta que mantém de pé minha própria tolerância às opiniões alheias. Pelo menos agora eu tento ouvir mais e falar menos. Há muito verão para poucas andorinhas.

18.12.07

Ambiente Interno

Há mortos e feridos. Mas há paz reinando depois de um longo período de guerra. Não sobrou muito, mas as ruínas servirão como paisagens para belas pinturas. Não há vencedores, mas as lições aprendidas nos tornarão soberanos numa terra de cinzas. Não há histórias pra contar... não há tempo... não há do que se queixar.

Entre os escombros e fuselagens caminho em direção contrário ao vento, não por acaso. O lugar é irreconhecível. Não há nada, não há quase ninguém. Impossível acreditar que nessa terra ainda há de germinar sementes de esperança. Até ouvir risos de crianças, que brincam à luz do sol depois de um longo tempo de recluso.

Aos mortos, pesar...
Aos feridos, cicatrizes...
Às crianças, sementes...

15.11.07

O 3º pilar

A postagem seria outra, mas estou o dia inteiro abalado com a notícia da morte de um amigo meu de infância. Embora hoje não tivéssemos o mesmo contato quando antes, ainda assim a notícia me foi pego de surpresa e, mais uma vez, minha imaginação começou a viajar perante os ciclos e fases da minha vida.

Incrível como as amizades geralmente ganham solidez entre trios. E em diversas fases/partes da minha vida eu possuí (e possuo) trios fortes de amizade. Esse trio no colégio era Miranda, Slawinski e eu. Hoje, Slawinski não está mais entre nós. Coisa difícil de acreditar, para uma pessoa entupida de vida, amante da natureza, saúde e das artes. Mas a morte sempre vem em tons de cinza.

Acho que não possuo o direito de dizer as causas de sua morte, mas pelo menos posso dizer o quanto isso faz a gente perceber que somos vulneráveis ao inevitável. Só não imaginei acontecer isso tão precocemente a alguém que idolatrava a vida.

Minha imaginação percorreu lugares da infância, adolescência e fase adulta. Nela eu encontrei diversos trios de amizades ao quais eu faço parte de alguns e outros formados por personagens próximos a eu. E, hoje, agora, neste momento, digo: como é difícil aceitar a ausência d’um dos pilares que formava um base sólida do plano que vivemos e cultivamos desde pequeno.

"- Cara, quanto tempo eu não te vejo!
- E tu? Não mudou nada, Miranda! E você menos, Slawinski!
- Nenhum de nós três! Éramos invencíveis!"

9.9.07

Balança

É mais um final de final de semana prolongado. Agora desta vez vindo do feriado de 7 de Setembro. Quando chega essa data sempre me vem à mente a idéia que o ano acabou. Daqui para o Natal é um pulo. Assim como os finais de semana, ultimamente o tempo anda passando rápido demais.

As coisas vão acontecendo tão rapidamente que é quase imperceptível enxergar os detalhes sutis do dia a dia. Como aquele sorriso a mais entre amigos, uma deixa insinuante num final de conversa ou aquele olhar diferente quando vem o silêncio.

As perceptíveis geralmente são acontecimentos ruins. Uns acreditam que guardamos melhor coisas que nos machucam e, conseqüentemente, deixam marcas. É sempre algo de real significancia, que pode acontecer com a gente ou com alguém próximo. Algo que pesa e que dá o equilíbrio do desfrute da vida, na balança das coisas negativas e positivas.

O fato é que nesse ciclo, ou melhor, nesse giro rápido das entidades móveis ao nosso redor, é praticamente impossível não se magnetizar por aquele olhar diferente, como também não se assustar com a fragilidade da nossa própria estrutura física e mental.

No mais, desejo entender melhor o que esse olhar tanto tem a dizer. Como desejo o vigor e a vitalidade de antes. Assinado pela balança natural da vida: Yin Yang.

13.7.07

Signo e significado

Gosto de brincar com os números. Gosto de seus significados e suas representações. Não sou o único, conheço e convivo com pessoas que também possuem uma relação especial com alguns números especiais.

Hoje é dia treze... sexta-feira treze. Para muitos, dia temível. O tia em que a sorte não paira sobre a Terra. Bom, até o momento não vi nada de anormal, pelo menos até chegar meia-noite. Que por falar em meia noite, o doze é outro número muito interessante. No post anterior eu encontrei um significado bem característico para este número.

São muitos. Desde o três que muitos atribuem a Santa Trindade, ao tridente, às Três Marias, ao Tri-Force! O místico e o meu adorável 7. Acho que o blog inteiro tenta expressar os inúmeros significados deste número para comigo. Há o profético dez, o esquisito onze, o próprio treze, gosto do deze 7, o duvidoso vinte e quatro, o popular cinquenta e um, o longínquo setenta e 7, o temível seis-seis-seis, o trágico cinquenta e um mil e noventa e oito...

Papo cabeça? Não aparenta. Os números estão muito presentes nas vidas das pessoas. Conheço gente que até pretendem tatuar seu número em alguma localidade do corpo. Não condeno, acredito que seja uma forma de expressar a admiração por algo, baseado numa crença ou por apego mesmo.

Papo de nerd? Provavelmente não. Inúmeros artistas e os chamados celebridades mudam de nome por buscarem uma numerologia favorável aos astros e trazer "bons fluidos". Não acredito que os números possam influenciar nas escolhas, nas atitudes, na vida da pessoa. Mas cada um com a sua fé.

Admiro os números por seu caráter lógico. Por representarem um momento histórico, uma crença popular, uma imagem no céu, um sentimento, uma gozação, o nascimento de alguém, o mistério de sua inúmera aparição... Enfim, é brincar com os números. Embora essa brincadeira traga resultados que tendem ao infinito.

27.4.07

Frutos da Retina

De novo, difícil de interpretar. Mas se me permite, faço minhas as suas palavras, embora não muitas. As poucas que guardo são carregadas de sentimento, sinceridade e ternura. Principalmente quando seu olhar insiste em se perder no horizonte à nossa frente, o que me faz perceber o quanto é mais importante olhar na mesma direção.

Não são anjos no céu... mas estão lá, prontos para serem tocados. São reais. Difíceis de alcançar. Estupidamente distante de nós, rindo e quase imponentes. Mas quando são tocados, quando são encarados de frente, a superação e o vigor da conquista nos tornam, por alguns instantes, inabaláveis.

Não costumo errar quando percebo a beleza do que vejo. São verdes... ainda mais de dia... a luz do sol não mente, as cores, as expressões e até mesmo a fala são ricamente definidas contrastando com a imagem turva das sombrosas noites.

Porém haverá sempre um eterno paradoxo entre o real e o imaginário. Dois mistérios que cercam esse que insiste em acreditar naquilo que se esconde nos corações das pessoas. O mistério da realidade é por não ser tão evidente e constante as palavras que criam pontes entre os fatos e o parecer. Já o mistério do imaginário é o quanto eu me perco em seus momentos de desligamento real, por nunca saber o que realmente está pensando.

2.4.07

Nomes

- Sabe quando às vezes você olha pro lado e percebe que ninguém está te olhando?
- Isso se chama solidão.

- E quando a gente treme ao ver um rosto conhecido?
- Isso se chama trauma.

- Mas nem sempre a gente procura. Parece que nos persegue.
- Isso se chama neurose.

- E nas noites frias, acordamos gritando um nome.
- Isso se chama passado.

- Que muitas das vezes prende a respiração e tira a lucidez.
- Isso se chama compulsão.

- Que dói aqui ó... bem aqui...
- Isso se chama saudade.

- A autodestruição pode ser uma boa saída...
- Isso se chama loucura!

- Contrapondo com o aprendizado de vida.
- Isso se chama sensatez.

- E este mundo?
- Isso se chama presente.

- E há um desejo insano... de vencer isso tudo.
- Isso se chama sede.

- Mas penso em fazer as malas, ir pra bem longe, fugir e não aparecer mais.
- Isso se chama medo.

- Queria ter alguém... aqui... ao lado...
- Isso se chama carência.

- Não! Me perco num olhar... não sei de onde vem... mesmo que distante.
- Isso se chama futuro.

- ...
- ...

- Como te chamas?
- Consciência.

5.1.07

Mandala

É só uma repetição de imagens. Não há muito mistério... gosto do efeito que proporciona e por mais que você tente mudar seu ponto de vista, a figura permanece estática.

Olha só o que eu estou falando... sabendo eu que doze casas são preenchidas com símbolos místicos. Acho bacana o nome das constelações e é muito interessante algumas delas formarem imagens de objetos, animais entre outras coisas. Gosto da "casa" de Gêmeos... não dá pra sair dela!

Mas somente isso. Apenas. Há os que acreditam que o que está lá em cima influencia o que está aqui embaixo. Eu fujo dos extremos. Nem tudo está escrito. Nem tudo é por acaso. Há imensas lacunas nesse traçado e partes em branco nessa figura... que formam uma mandala de doze partes. Basta preenche-la à nosso bel-prazer.

1.1.07

Awakening

Levantar antes que ele nasça.
Levar consigo toda harmonia e deixar a melodia tomar conta de sua alma.
Awakening...

Livre pr'a olhar... livre pr'a sorrir... livre pra amar...
Possuindo em mãos doze blocos novinhos...
Blocos com páginas em branco...

Os primeiros raios são presentes...
O místico do sete resplandece em sua testa.
A cada página, um novo desenho...

Livre... e sobre tudo... vivo!

5.11.06

Molde

Custa, custa caro
Mas só quero descansar
Inclinar um pouco minha cabeça
Recuperar as forças
E recomeçar tudo de novo

Minhas mãos calejadas
Tremem, de cansaço, de medo, não
Mas de nervoso, como sempre tremeram
De tanto tentar, desenhar e moldar
Figura perfeita
Que me leva a exaustão

Só quero descansar
Dormir um pouco
Sonhar a imagem da perfeição
Que dói em acordar
E saber que mais um molde irei criar

Vale o preço, vale o esforço
Não há como negar
Que o traço tem que ser livre
Fechar os olhos
Seguir seu contorno
O molde abandonar

2.11.06

Tudo é irreal

Há uma diferença enorme entre o real e o imaginário... para tudo aquilo que você vê, sente e acredita ser. Naturalmente há essa divisão que a gente não consegue perceber, mas acreditamos que tudo é igual para tudo e para todos.

Existe essa falha quando a mente d’a gente tenta associar uma lógica a algo real em nosso imaginário, ou melhor, criar uma idéia do que imaginamos a qualquer instância pertencente ao mundo dos vivos ou a qualquer outro mundo. Talvez aí seja o habitat do sentido real e irreal das coisas, buscar respostas na ausência dos sentidos.

Nada é por acaso... e nada é programado. Nada estava escrito... e nada se revela. Nada se cria... nada se perde. Há uma transformação das coisas que se ajustam ao ambiente e criamos uma imagem disso, interpretamos isso e geramos um sentido lógico para isso. Cria-se um conceito. A definição desse conceito é desigual para todas as pessoas. Há infinitos pontos de vista. Talvez aí seja o habitat da intolerância, confronto direto de idéias e conceitos diferentes.

Somos frutos do conceito que temos sobre nós mesmos. Pagamos por dívidas que acumulamos no passado. Desfrutamos e regozijamos a vida pelo investimento que fizemos em nós mesmos. Mas o desfruto gera dívidas, é um ciclo. Já viver estagnado nos leva a total separação do que fomos preparados. Talvez aí seja o habitat da superação do real... viver o imaginário... viver o irreal... preencher a lacuna que temos por natureza.