É um sono pesado. Como numa noite fria, que a gente nem sente passar dormindo sobre muitos cobertores. Mas a quentura é de febre e o suor é um sinal que estamos combatendo aquilo que quer nos destruir.
As vezes percebe-se figuras na parede, ilusão produzida pela luz e sombra que vem de fora. E há tosse sincronizada com o latido do cachorro na rua. Ah, outra coincidência... acabou de acontecer nessa linha.
Quando a febre irá passar? Há remédio pra isso? Porque é tão desgastante e dolorido as vezes que se tenta sair dessa paralisia tentando se movimentar livremente? O repouso é recomendado, mas o comodismo chega a ser incômodo. O gosto amargo, na boca e na vida, é como uma irritante microfonia seguida de uma doce melodia.
Não tenho medo. Nem do sono pesado nem das noites frias. E se a febre insistir em voltar, talvez eu a utilize para manter acesa a brasa que serve de combustível para a vida.
3 comentários:
"E essa febre que não passa...
e meu sorriso sem graça..."
esse texto me emocionou. passou o que eu queria ter passado com o meu penultimo posto, na ultima frase. mas em só uma frase.
te amo, luciano, morro de saudades.
espero que você esteja bem, meu menino.
te amo.
Tô fuçando uns posts aqui.. rss
E gotei muito desse. O físico misturado com o sentimental...adoro isso. misturas homegênas!!!!
Abraço
Ray
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