30.1.10

Museus e Moinhos

"Águas passadas não movem moinhos". Quem disse que não!?

Eu fico absolutamente aborrecido com algumas verdades absolutas que existem nos ditos populares e as pessoas acreditam piamente. E todo e qualquer dito popular que menciona o abandono do passado me irrita profundamente. Desde "Adeus ano velho! Feliz ano novo!", "Não chorar pelo leite derramado", "Quem vive de passado é museu" e principalmente a primeira frase desse post.

Lembre-se que é com os erros que a gente aprende. É com a experiência, a perspicácia e o histórico de vida que o homem, a cada dia, evolui cada vez mais. Cara.. é tão óbvio isso, é tão claro, é tão demodè que fica ridículo ficar aqui tentando, em vão, dar lição de moral sobre ditados populares.

Quem acredita que "Águas passadas não movem moinhos" esquece que as forças que existem na natureza trabalham em ciclicidade, como os moinhos. A mesma molécula de água se evapora e volta ao rio tempos depois. Assim é a vida. Não esqueça do passado, prepare-se pro futuro vivendo o presente. Quando tomar uma decisão para algo que já aconteceu com você, provavelmente escolherá outro rio para navegar.

27.1.10

Dilúvio

A tragédia não foi anunciada... ela chegou como um ladrão na madrugada e fez estragos, vítimas e, para aqueles que sobreviveram, marcas eternas. Pouco restou para aqueles que nem sonhavam em andar na chuva. Aliás, no momento que perderam quase tudo, provavelmente estavam sonhando com um futuro melhor, um futuro que veio pra ficar.

Não é mais como andar na chuva e banhar-se. As águas agora tem outro sabor. Há marca de 7 palmos na parede, da água, da lama e de tudo que não presta. Aos ilhados nessa enchente restam apenas os telhados que um dia protegeram da chuva. Ao que simplesmente se arriscou a atravessar pela inundação viveu a angústia de andar com a água até o pescoço.

A chuva é tão grata que os ingratos não perceberam que as águas correm para o mar e tampouco que usei de parábola e sarcasmo pra falar dos nossos próprios despreparos para nossas tempestades particulares.

12.1.10

"...como diamante"

Ao lapidar um diamante, o ourives (ou lapidador) retira as imperfeições da pedra até dar a forma desejada. Essas preciosas imperfeições fazem parte do diamante e são simplesmente jogadas fora ou armazenadas para futuro uso nos brilhos em tecidos.

Não sei se as pessoas se questionam quanto a isso, ainda mais num início de ano, em que tentamos (não) fazer (melhor) o que (não) fizemos no ano anterior.

Devemos ser um diamante bruto e manter conosco nossas preciosas imperfeições? Ou devemos ser um diamante lapidado, quanto mais lisa nossa face mais iremos refletir a luz e quanto mais faces tivermos mais brilho teremos?

Quem não tem faces? Quem não deseja brilhar e refletir a luz em cores diferentes? Qual a diferença entre um diamante bruto e um diamante lapidado dentro de uma caixa preta?

2010 começa com novas e velhas questões. Algumas respostas são tão óbvias. Outras não foram feitas para eu responder.