27.4.07

Frutos da Retina

De novo, difícil de interpretar. Mas se me permite, faço minhas as suas palavras, embora não muitas. As poucas que guardo são carregadas de sentimento, sinceridade e ternura. Principalmente quando seu olhar insiste em se perder no horizonte à nossa frente, o que me faz perceber o quanto é mais importante olhar na mesma direção.

Não são anjos no céu... mas estão lá, prontos para serem tocados. São reais. Difíceis de alcançar. Estupidamente distante de nós, rindo e quase imponentes. Mas quando são tocados, quando são encarados de frente, a superação e o vigor da conquista nos tornam, por alguns instantes, inabaláveis.

Não costumo errar quando percebo a beleza do que vejo. São verdes... ainda mais de dia... a luz do sol não mente, as cores, as expressões e até mesmo a fala são ricamente definidas contrastando com a imagem turva das sombrosas noites.

Porém haverá sempre um eterno paradoxo entre o real e o imaginário. Dois mistérios que cercam esse que insiste em acreditar naquilo que se esconde nos corações das pessoas. O mistério da realidade é por não ser tão evidente e constante as palavras que criam pontes entre os fatos e o parecer. Já o mistério do imaginário é o quanto eu me perco em seus momentos de desligamento real, por nunca saber o que realmente está pensando.

22.4.07

Nas Nuvens


Raro isso acontecer, e quando acontece a gente tem que prestigiar. Dia perfeito. Não muito quente, vento fresco do mar, muita gente e adrenalina no ar. Vai deixar saudade a competição Red Bull Air Race, evento realmente de 1º mundo.

Muito legal a idéia de corrida aérea passando pelos cones e obstáculos. Num cenário estrategicamente bem escolhido, na enseada de Botafogo, em frente ao Pão de Açúcar.

Impressionante ver pilotos veteranos da aviação voando, disputando e comemorando como se fossem crianças. O dia foi perfeito. Revi velhos amigos, um outro grande amigo e curti o evento em agradável companhia.

Já a corrida, bom... eu estava torcendo p’ro simpaticíssimo bigodudo Peter Besenyei (Hungria), vencedor da primeira etapa realizada nos Emirados Árabes. E percebi que o pessoal também estava torcendo por ele. Mas infelizmente ele foi eliminado ainda nas quartas de final, tirando um "ahhhh" de geral que estava assistindo. Mas gostei da vitória do britânico Paul Bonhomme.

Foi tudo muito organizado. A praia estava lotada, com vários telões mostrando detalhes das manobras dos aviões e até mesmo da cabine exibindo as engraçadas expressões dos pilotos quando faziam 'loopings' no ar. Não houve violência. Tinham poucos ambulantes, o que fez a gente morrer de cede na praia... =)

Fator negativo foi o trânsito. Realmente o Rio não possui infra-estrutura para eventos como esse quando o assunto é transporte. Nem quero imaginar como vai ser o Pan-Americano com diversas competições na cidade inteira.

Mas não quero me prender ao que não dá certo. Fico contente de saber que eventos como esse são realizados em nossas terras tupiniquins. E que fique de exemplo, tanto a organização quanto ao fator 'Wow'. E um recado: não só de carnaval e futebol vive o carioca... um milhão de pessoas no Air Race é a prova disso.

17.4.07

Questionamento

Passo os dias tentando entender alguns conceitos e preconceitos. E por mais que obtenho informações de diferentes pontos de vista, não consigo entender essa lacuna nos corações das pessoas. O que procuramos?

Onde estávamos com a cabeça ao fazer a história pura e cruel como ela é? Porque guardamos as dores, os sofrimentos, as mortes e as promessas de vingança?

Somos guiados por algum ser? Porque temos que duvidar da religião? Seria ela a raiz de todos os males? Ou seria os males as únicas cinzas que nos restarão?

A maldade é da natureza humana? Ou a sociedade que nos corrompe? Ou ambos, lembrando que a sociedade é criação do próprio homem.

Porque tenho a sensação que os sentimentos são reflexos sobrenaturais? Seria a coragem o ato de vencer o medo? O amor um sentimento utópico? A fé e a esperança seriam apenas bengalas conceituais para os preguiçosos?

Porque nos julgamos a raça dominante por apenas termos a noção de tempo e espaço? E por saber que vamos morrer? O que esperamos? E que angustia é essa por não ter o gostinho de saber como é do outro lado?

Se a natureza é a estrutura da perfeita ordem, porque o universo caminha p’ra entropia? Porque tende ao infinito? O que isso significa? Porque somos curiosos? Porque queremos saber de tudo? Porque as pessoas tem mania de questionar tanto?

13.4.07

Agora é assim: PÁ PUM

Diz a lenda...

"Um especialista foi chamado para solucionar um problema com computador de grande porte e altamente complexo... um computador que vale 12 milhões de dólares. Sentado em frente ao monitor, pressionou algumas teclas, balançou a cabeça, murmurou algo para si mesmo e desligou o computador. Tirou uma chave de fenda de seu bolso e deu volta e meia em um minúsculo parafuso.

Então ligou o computador e verificou que tudo estava funcionando perfeitamente.

O presidente da empresa se mostrou surpreendido e ofereceu pagar a conta no mesmo instante.

- Quanto lhe devo? - perguntou.
- São mil dólares, por favor.
- Mil dólares? Mil dólares por alguns minutos de trabalho? Mil dólares por apertar um parafuso? Eu sei que meu computador vale 12 Milhões de dólares, mas mil dólares é um valor absurdo! Pagarei somente se recebo uma nota fiscal com todos os detalhes que justifique tal valor.

O especialista balançou a cabeça e saiu. Na manhã seguinte, o presidente recebeu a nota fiscal, leu com cuidado, balançou a cabeça, e saiu para pagá-la, no mesmo instante, sem reclamar.

A nota fiscal dizia:

Serviços prestados: Apertar um parafuso..................... 1 dólar
Saber qual parafuso apertar....... 999 dólares.

Dizem que não se cobra pelo que se faz, mas pelo que se sabe!"

5.4.07

"Tá... mas isso, deixa pra lá"

Uma manhã
Um despertar
Um sorriso
Um atraso
Um partir
Uma praça
Um olhar
Um encanto
Um caminhar
Um retorno
Um lugar
Uma vista
Uma mesa
Uma folha
Um desenho
Uma mensagem
Uma ternura
Um filme
Um desejo
Uma espera
Um outro retorno
Um caminhar
Um portão
Um silêncio
Uma promessa
Uma cobrança
Um sorriso
Um silêncio
Um beijo
Um tremor
Um carinho
Uma despedida
Um caminhar
Um grito feliz
Um sonho
Uma lembrança
E uma realidade.

2.4.07

Nomes

- Sabe quando às vezes você olha pro lado e percebe que ninguém está te olhando?
- Isso se chama solidão.

- E quando a gente treme ao ver um rosto conhecido?
- Isso se chama trauma.

- Mas nem sempre a gente procura. Parece que nos persegue.
- Isso se chama neurose.

- E nas noites frias, acordamos gritando um nome.
- Isso se chama passado.

- Que muitas das vezes prende a respiração e tira a lucidez.
- Isso se chama compulsão.

- Que dói aqui ó... bem aqui...
- Isso se chama saudade.

- A autodestruição pode ser uma boa saída...
- Isso se chama loucura!

- Contrapondo com o aprendizado de vida.
- Isso se chama sensatez.

- E este mundo?
- Isso se chama presente.

- E há um desejo insano... de vencer isso tudo.
- Isso se chama sede.

- Mas penso em fazer as malas, ir pra bem longe, fugir e não aparecer mais.
- Isso se chama medo.

- Queria ter alguém... aqui... ao lado...
- Isso se chama carência.

- Não! Me perco num olhar... não sei de onde vem... mesmo que distante.
- Isso se chama futuro.

- ...
- ...

- Como te chamas?
- Consciência.