18.10.06

Utopia

É humanamente impossível viver em eterna utopia. As coisas nunca se harmonizam perfeitamente, em qualquer ponto de vista. E foi pensando nisso que percebi que ingenuamente vou tentando fugir em busca de uma perfeição que não existe. Tenho visto filmes diferentes. Ido em lugares que nunca fui. Ouvindo bandas novas. Abandonando o preto do meu vestuário e usando mais cores. E até tendo coragem de tomar atitudes que nunca tomei antes.

A utopia seria a união perfeita dos dois lados da moeda que serão eternamente opostas. E isso eu não percebi... nem com toda ingenuidade que ainda tenho.

O sorriso, que antes era certo, mesmo preso, me desperta para refletir o que eu ouvi outro dia – "eu quando estou triste, não tenho coragem de ler o seu blog". O que me retalha são lembranças como escrevi em "Pés de Agulha" e deixei transparecer em "nid". Mas provavelmente "Onde há luz..." foi o que me tirou mais o sono durante noites. E este quando vinha me trazia algo como em "Me observando... mas de onde?".

A utopia seria o equilíbrio de toda intensidade de se viver entre a angústia e o deleite. E isso não percebi... nem com as lembranças que me retalharam.

As cores são bem vindas. O preto é um uniforme. Grato ao diferenciar um lado que eu não conhecia. Coragem não me falta em agir como não agi antes e evitar de agir como agi antes. Não precisa ter medo. Não precisa perder a coragem. O sorriso é expontâneo em dias nublados com a brisa fria do vento.

A utopia seria estarmos prontos para um olhar que invadisse nossa alma em busca do desconhecido chamado amor. E isso eu não percebi... nem mesmo quando minha alma não estava sozinha.

[ escutando direto: "Fingers in the Factories (Editors)" ]

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