16.4.08



Não há explicação!
Não há razão, sentido, nexo e muito menos discernimento nos atos!
Os holofotes estão apontados para aquela janela com um buraco na grade!
Um verdadeiro seriado policial com capítulos mal explicados exibidos durante toda a programação normal.

Não há normalidade!
Há o mal!
Até quando? Dominante... que vence no final?

14.4.08

Hardcore

Ao ligar o botão a música é tocada em tons menores. A melodia é doce e bonita. O som é inconfundível e muito fácil memorizar. Mesmo quando surgem os primeiros acordes dissonantes, fugindo um pouco do campo harmônico, ainda assim há leveza e pureza nas oscilantes ondas de longa perduração.

Um ritmo mais acelerado é imposto pela inquieta bateria, até então ociosa e ansiosa por querer se juntar aos demais instrumentos. O Som dos diferente tons unidos com repiques de contra-tempo acrescentam um ingrediente rodeado de mistério ao som exalado pelo conjunto.

Mas há as notas graves. O grave entra em contraste com a percussão perdendo o tom, ritmo e compasso. Simplesmente pelo grave. Pela desconcentração do conjunto.

O grave. O suficiente para a bateria iniciar seu número particular de hardcore. Enquanto a flauta cria sua sessão de nostalgia glissando notas remotas. O piano, quieto, se contorcendo por não haver quem afinasse suas cordas. A harpa harpeja, e festeja, por poder finalmente harpejar. Cada violino e cada violoncelo numa nota só, mas cada qual com seu timbre. E já que ninguém deu corda ao violão, este por sua vez, lança-se contra a parede só pra exibir seu som. Os metais, irritantes, chocam-se entre si, pois unidos conseguem fazer bastante barulho.

Tudo isso pelo grave. A verdade das notas. O eco exibicionista que não se dilui no tempo nem no espaço. O instrumento que aprender a toca-la primeiro levará aos demais instrumentos a buscar sua própria melodia. Sem muita harmonia, é verdade... mas com um belo show de exibicionismo gratuito.