31.3.08

Longo e tenebroso verão

O verão já passou e com ele suas atribulações. Não me dou bem com essa estação. Mas geralmente é no verão que as transformações ocorrem e nem sempre pra melhor.

Como no ano passado, vivi sucessivas coincidências que põem à prova toda conspiração que o universo exerce sobre nossas cabeças. Já não mais me surpreendo quando vejo os signos e significados serem desmistificados pela nossa própria incoerência. Em outras palavras, é sempre no verão que muito das coisas que acredito e defendo até a alma revelam-se mais falsas do que uma nota de quinze reais.

Então, porque se despedir do verão?
Bom, a mudança nem sempre é para melhor. Há decepções e até certo desinteresse meu quando descubro a não verdade por trás das coisas. Há também um desânimo por perceber que tudo aquilo que eu acreditava e defendia não era exatamente o que eu imaginava. E há preguiça por minha parte em tentar novamente entender o significado das coisas.

Então...
Então o que sai de bom disso tudo é que tenho criado um mecanismo de defesa quando gritam aos meus ouvidos tentando me convencer de mais uma falsa verdade. A cautela tem me acompanhado, comportando-se como uma muleta que mantém de pé minha própria tolerância às opiniões alheias. Pelo menos agora eu tento ouvir mais e falar menos. Há muito verão para poucas andorinhas.