26.8.07

Mas... quais mudanças!?

Eu tenho notado mudanças. Algumas drásticas outras sutis. Tanto nos costumes, nas manias, nos comportamento e nas idéias. Mudanças em imagens inabaláveis tendo como base as nossas primeiras impressões e edificadas com as sensações do dia-a-dia.

Inabaláveis! Alguns preconceitos caíram por terra, surgiram outros em minha mente (infelizmente). Manias milenares, que me acompanham, foram moldadas, ajustadas ou bruscamente trocadas por outras. Os conceitos de vida, de morte, de amor, de ódio, de glórias e derrotas foram todos postos lado a lado, nesta ordem, ponderados e ratificados. Alguns ganharam peso, outros deixaram de fazer sentido.

Também tenho sentido uma mudança ao meu redor. Tanto nas pessoas próximas, tanto nas rotinas e obrigações do dia a dia, tanto no meu conceito de lazer, de relacionamento, de amizade e de idoneidade moral. Preciso esconder essas sensações de mudança para preservar aquilo que valorizo, aquilo que julgo pertencer à cadeia-existencial do mundo que "decidi acreditar do meu jeito".

As boas coisas são fluidas, acabam rápido, são sutis e percebidas tarde demais. Tenho sido cauteloso em captar aquilo que me quer bem, mesmo fugindo um pouco do meu princípio de naturalidade. Ironicamente, as mudanças estão me levando para aquilo que desconheço, me afastando dos que permanecem calcados em seus conceitos de vida, amor, diversão e profissionalismo. De maneira evidente e... drástica.

Mudanças, sejam elas naturais ou não, me atormentam. Diante disso preocupo-me em trocar a noite pelo dia (quem diria). Mas não seria pedir muito que me fizesse companhia (por um dia), nas margens desse novo mundo que não conhecia. E essa minha velha mania em não mergulhar de cabeça por me preocupar em fazer um estrago maior. Mas até isto vem mudando... sutilmente.

8.8.07

"What do u want, strange man?"

Ela entra pela sala. Se admira com a presença dele. Sem muito o que dizer, ela tenta disfarçar o nervosismo soltando:

- Olá!! Tempos que a gente não se vê!
- Para com isso. Sempre nos falamos por telefone.

Ela balançando a cabeça positivamente, frisa os lábios um no outro pensando no troco. Até que:

- Eu sei. Mas não é a mesma coisa.
- Você foge.
- Não fale assim. - ela começa a falar baixinho - eu não estou muito acostumada com isso. Eu só ando muito enrolada.
- Entendo... - ele olha pro lado e deixa suas vistas se perderem na paisagem.
- Não fique assim. Escuta. É difícil pra mim, sabe?
- É... estranho! Num momento eu tenho você nas mãos. Em outro, sinto um repúdio, próximo até do ódio.

Ela observa. Ele completa:

- Entenderei perfeitamente se não pudermos mais nos ver. Talvez seja isso que eu deva fazer... e fazer agora!
- Espere!

Ela abaixa as vistas e começa a brincar com os dedos, sem saber direito o que falar ou o que fazer. Há um momento de silêncio, quebrado por ele:

- Quando você fica assim, dá vontade de te levar pra casa.

Ela, ainda de vistas baixas, esboça um suave sorriso. E ele, mais calmo, insiste:

- O que está havendo? O que esconde?
- Não suma... por favor.
- Sabe, outro dia eu vi algumas pétalas de cor rosa no mar. A hora é agora.

Ouvindo isto, ela abre um largo sorriso. Não há mais condições de segurar a vontade em dar um longo abraço. Lógico, com lágrimas rolando. Mas... somente os dois entendiam do que se tratava. Aos demais restava saber que as águas dos rios não falharam.

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Frase feita: "Não sei se sou o melhor pra você, mas poderíamos ser o melhor pra nós dois!"