23.7.07

You Give Little Love

A Coca-Cola pode ter seus defeitos, mas sabe fazer comercial. E todos eles com excelentes mensagens. E sinceramente, este último comercial realmente mexeu comigo. Tanto pela música (melodia e letra), quanto pela idéia de parodiar o jogo GTA.






"Lalala la-la-la-laaa..."

22.7.07

Alvo

- Ops. Retornar. Tem muito o que fazer hoje.
- Lembra de ontem?
- Minha memória é curta.
- Lembranças perdendo o lugar?
- Muita coisa está fora do lugar.
- Muita bagunça.
- Demasia.
- Como se sente?
- Cansado.
- Constante?
- Em todo lugar.
- Tem sido difícil manter tudo que é importante.
- Estamos perdendo espaço.
- Por causa de um, muitos são chamados.
- E para onde vão?
- Para lugar nenhum. Ficam aqui, ocupando espaço.
- Mate-os.
- Não posso. São como eu.
- Vejo tudo claro!
- Perdendo as cores?
- Perdendo a visão.
- Estamos aqui para trazer-lhe a vida.
- Que só me distancia.
- Há sentimentos correndo nessas veias.
- Alvo... como a neve.

13.7.07

Signo e significado

Gosto de brincar com os números. Gosto de seus significados e suas representações. Não sou o único, conheço e convivo com pessoas que também possuem uma relação especial com alguns números especiais.

Hoje é dia treze... sexta-feira treze. Para muitos, dia temível. O tia em que a sorte não paira sobre a Terra. Bom, até o momento não vi nada de anormal, pelo menos até chegar meia-noite. Que por falar em meia noite, o doze é outro número muito interessante. No post anterior eu encontrei um significado bem característico para este número.

São muitos. Desde o três que muitos atribuem a Santa Trindade, ao tridente, às Três Marias, ao Tri-Force! O místico e o meu adorável 7. Acho que o blog inteiro tenta expressar os inúmeros significados deste número para comigo. Há o profético dez, o esquisito onze, o próprio treze, gosto do deze 7, o duvidoso vinte e quatro, o popular cinquenta e um, o longínquo setenta e 7, o temível seis-seis-seis, o trágico cinquenta e um mil e noventa e oito...

Papo cabeça? Não aparenta. Os números estão muito presentes nas vidas das pessoas. Conheço gente que até pretendem tatuar seu número em alguma localidade do corpo. Não condeno, acredito que seja uma forma de expressar a admiração por algo, baseado numa crença ou por apego mesmo.

Papo de nerd? Provavelmente não. Inúmeros artistas e os chamados celebridades mudam de nome por buscarem uma numerologia favorável aos astros e trazer "bons fluidos". Não acredito que os números possam influenciar nas escolhas, nas atitudes, na vida da pessoa. Mas cada um com a sua fé.

Admiro os números por seu caráter lógico. Por representarem um momento histórico, uma crença popular, uma imagem no céu, um sentimento, uma gozação, o nascimento de alguém, o mistério de sua inúmera aparição... Enfim, é brincar com os números. Embora essa brincadeira traga resultados que tendem ao infinito.

7.7.07

7:7:7

Lá está ele. Na manhã de sábado o menino de pé olhando pro relógio análogo da parede. Muito novo ainda para entender as horas. Mas sempre pelas manhãs ele observa a dinâmica dos ponteiros, das frações que esse tempo gera, chegando a proporções infinitas.

Ele observa doze casas, romanamente numeradas e percebe que na metade de um dia ele poderia fazer doze grandes ações e na outra metade brincar e descansar. As casas grandes se sub-dividem em cinco pontos, que para cada casa o ponteiro médio consome sessenta destes pontos. Logo pensa que em sessenta pontos ele poderia construir, arrumar, brincar, comer, pular e falar. Parou um pouco pra pensar se o tempo de um ponto seria suficiente para arrumar sua cama desforrada.

Continuava de pé. E à medida que ele observava o movimento brusco do ponteiro maior, a naturalidade do ponteiro médio e a sutileza do ponteiro menor associava ao seu ritmo de vida. Estudos, amigos, família... tudo corrido, num espaço razoável de tempo para construir lentamente o seu futuro.

Eis o entendimento, eis o abrir dos olhos, um leve sorriso se fazia em seu rosto. Estava claro. Era absorção do conhecimento, do sentido do tempo, nascia ali, com tão pouca idade, um homem que tinha em mãos o seu propósito de vida. Para este menino, essa carga de conhecimento, essa busca sem fim, os ensinamentos, os valores e tudo mais deveriam ser compartilhados. Muito a se fazer, para multiplicar entre muitos a importância da busca da sabedoria. Da fuga do senso comum e da aparente inércia do ponteiro menor. Usando como trampolim o ponteiro médio levando a verdade na velocidade do ponteiro maior.

Muitos meninos ainda estão de pé. Olhando pro relógio. Respirando e levando a vida amarrados aos altos e baixos dos ponteiros. Circuncidados pelo cálice dogmático da robotização das horas. Mas entre eles, um deles, justamente ele, entende as imagens geradas na parede. O valor do tempo e o seu sentido de vida. Numa manhã de sábado, quando por uma fração de segundo o relógio marcava sete horas, sete minutos e sete segundos.

1.7.07

Sob o sol da Toscana

É incrível como alguns filmes mexem mesmo com a pessoa. E Sob o sol da Toscana com certeza é um deles. Com um enredo inicialmente simples, o filme vai surpreendendo pelo excelente andamento das situações vividas pela personagem principal Frances, uma escritora, recém divorciada, que tenta lidar e vencer sua situação estando mais presente e ouvindo conselhos das amigas.

Sua melhor amiga, certa vez a aconselhou a fazer uma excursão na Itália. Ela aceita e parte para a imprevisível aventura. A partir daí o filme começa a ganhar um enredo interessante, pois Frances começa a se encantar com a beleza de Roma e dos costumes locais. Até que um dia, quando o ônibus de sua excursão percorria cidades mais distantes, ela viu em um muro velho uma imagem, feita de mármore antigo, de uma casa com varanda e árvores. Algo despertou seu interesse e pediu para descer do ônibus, sem mesmo ver verdadeiramente a casa da imagem por sobre o muro.

Frances abre o portão antigo, ao lado da imagem da casa. Passa por um jardim e finalmente vê a casa propriamente dita. Em divertidas cenas curiosas de negociação, consegue a compra da casa, que está muito velha e decide reformá-la. O próprio vendedor torna-se um grande amigo e apresenta diversos interessados em trabalhar para ela.

Bom, não vou narrar o filme inteiro, mas nossa personagem vive momentos felizes, inusitados, divertidos entre outros, diante de amigos, personagens curiosos, famílias tradicionais, aprendendo a culinária típica, a fé religiosa, os costumes e a cultura local. Em uma busca pelo que ela não sabe. Era a casa e Frances, Frances e a casa do século XIII. Até o momento que ela se questiona: "Porque estou aqui? Porque estou nessa casa grande sem ninguém?", quando o vendedor amigo, casado, lhe conta um conto: "Muito tempo atrás, nos Alpes de Viena e Veneza, construíram trilhos de trens para ligarem as duas cidades, mesmo ainda não existindo trens que percorressem os trilhos".

Quando o rumo do filme parecia cair no previsível, novos acontecimentos à Frances nos colocam sob fortes desconfiança sobre o verdadeiro propósito do filme. Nossa personagem começa a perceber que casos como o seu acontecem ao seu redor, com máscaras diferentes. Que o tradicionalismo às vezes é duro de ser quebrado. E que num belo dia poderia até se envolver com alguém, como acontece com ela.

Mas o gancho principal é quando Frances recebe misteriosamente três caixas. O conteúdo dessas três caixas faz com que Frances tome decisões importantes para sua vida. E, logicamente, não vou dizer o desenrolar da história, que segue para um final quase esperado.

Mas, de consolo, revelo que o elemento principal do filme é a torneira velha da casa, que aparentemente não funciona.